Açoriano Oriental
Esperanças olímpicas concluem encontro com dever cumprido para preparar o futuro

O Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas (ENEO) terminou com o sentimento de objetivo cumprido, reunindo mais de uma centena de jovens atletas que têm em mente a participação nos Jogos Olímpicos Los Angeles2028 e Brisbane2032.

Esperanças olímpicas concluem encontro com dever cumprido para preparar o futuro

Autor: Lusa/AO Online

Durante dois dias intensos, que envolveram várias atividades como educação olímpica, integridade, nutrição ou combate à dopagem, testes de avaliação e controlo do treino, ou palestras das medalhadas olímpicas Patrícia Mamona e Telma Monteiro, os atletas receberam dicas para potenciarem o seu desenvolvimento e o caminho até aos Jogos.

A canoísta Beatriz Fernandes, medalha de ouro em C1 200 metros e em C1 de distância longa nos Mundiais juniores de velocidade e de maratona, respetivamente, salientou à Lusa a relevância desta iniciativa, organizada pelo Comité Olímpico de Portugal (COP).

“Este tipo de iniciativas permite-nos perceber que temos instituições do nosso lado, que nos apoiam, que nos estão a reconhecer de alguma maneira e que nos conseguem levar para a frente”, realçou a jovem, natural de Ponte de Lima, com 18 anos de idade.

Mesmo tendo este encontro nacional como objetivo as participações nos Jogos 2028 e 2032, Beatriz Fernandes pretende estrear-se no maior evento desportivo do mundo já em Paris2024, face aos resultados obtidos em 2022, que alimentaram essa esperança.

“Sei que é um objetivo muito difícil, mas quero tentar um apuramento neste ano que vem ou no próximo, dependendo como esteja a minha forma. Se não conseguir, tenho de continuar a trabalhar para os próximos, mas tenho Paris2024 em mente”, assumiu.

Beatriz Fernandes encontra-se entre as nomeadas para o galardão de jovem promessa da Confederação do Desporto de Portugal, assim como a judoca Fábia Conceição, que também marcou presença no Jamor e hoje ouviu a referência do judo Telma Monteiro.

“[A Telma] Faz-me querer ser melhor e também alcançar, como ela, grandes feitos no judo, para também ter o meu destaque”, expressou à Lusa, afirmando que tem como principal objetivo “trabalhar muito, ter um grande espírito de sacrifício e não desistir”.

Medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude Europeia e medalha de ouro na Taça da Europa de juniores, em Poznan, Fábia Conceição recebeu, durante o encontro, informações que lhe permitem melhorar a sua performance na fase inicial da carreira.

“Foi muito importante porque nos foram dadas informações que, pelo menos eu, não tinha conhecimento, de nutrição, psicologia ou comunicação. É sempre bom e ficamos com maior perceção para sermos melhores no futuro”, entendeu a judoca, de 18 anos.

Tiago Berenguer, campeão europeu de sub-15, e Santiago Batalha, que conquistou os Internacionais de Portugal para juniores, são duas esperanças olímpicas em badminton e destacaram à Lusa a vontade em mudarem o rumo da modalidade no país, de forma a que seja mais reconhecida e ganhe mais tradição com medalhas a nível internacional.

“Gostava de atingir os Jogos, mas também expor a minha modalidade a nível europeu e mundial. Não temos grande tamanho nacional, somos um desporto mais secundário. Gostava de mostrar que o badminton é um desporto onde conseguimos chegar muito longe nas competições e que podiam apostar mais em nós”, atirou Santiago Batalha.

Já Tiago Berenguer, natural da Madeira, frisou o mesmo do colega de Peniche: “Não somos uma modalidade com muitas tradições olímpicas, mas, nos últimos anos, temos conseguido garantir as nossas participações em Jogos e também quero fazer história”.

Marco Alves, chefe de missão em Tóquio2020, também relevou a importância deste encontro de esperanças olímpicas, que permitiu aos atletas e treinadores aprenderem e partilharem “exemplos e experiências com outras modalidades”, com a intenção de “reforçar laços entre modalidades e do apoio a áreas de treino com estas interações”.

“[Disse-lhes] Para se prepararem para aquilo que não sabem que vai acontecer. Uma coisa é ser surpreendido, outra é estarmos à espera de que algo diferente vai suceder. Os Jogos são essa diferença, não são um campeonato do mundo ou da Europa, não são só os atletas da modalidade deles, são os melhores do mundo, uma aldeia olímpica e uma gestão do dia diferente do que estão habituados”, sublinhou à Lusa Marco Alves.

A perspetiva destes jovens atletas poderem vir a integrar uma missão portuguesa aos Jogos Olímpicos possibilita a preparação antecipada para esse objetivo e “deixar uma semente para que queiram ainda mais tornarem-se mesmo atletas olímpicos”, frisou.


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