Açoriano Oriental
Equipa dos Cuidados Paliativos do HDES integra voluntários

No Dia Internacional do Voluntário, a Equipa de Apoio Psicossocial do Hospital do Divino Espírito Santo deu a conhecer os sete voluntários que integram o programa de“Apoio Integral a Pessoas com Doença Avançada”

Equipa dos Cuidados Paliativos do HDES integra voluntários

Autor: Ana Carvalho Melo

A Equipa de Apoio Psicossocial do Hospital do Divino Espírito Santo implementou este ano um programa de voluntariado, o qual garante a presença de um voluntário sempre que o doente em cuidados paliativos precise e consinta.

Ontem, no Dia Internacional do Voluntário, a Equipa de Apoio Psicossocial (EAP) do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) quis apresentar os sete voluntários com quem está a trabalhar atualmente no âmbito do programa “Apoio Integral a Pessoas com Doença Avançada”, referindo-os como exemplo de humanização do sistema de saúde.

“O modelo assistencial de equipa multidisciplinar em cuidados paliativos defende que a integração de voluntários é uma mais-valia, por complementar o apoio integral e trazer mais qualidade de vida aos doentes e famílias”, explicou ao Açoriano Oriental, Carla Melo, enfermeira especialista em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, que desempenha funções na Equipa de Apoio Psicossocial do HDES.

Segundo Carla Melo, estes voluntários vão assumir funções complementares às exercidas pelos profissionais de saúde, colaborando no acompanhamento, na comunicação e em ações concretas que visam o conforto e bem-estar do doente e da sua famílias.

Mas, como destacou a enfermeira, têm também um papel importante na divulgação da importância e da necessidade dos Cuidados Paliativos, desmitificando o seu conceito, assim como o da morte, uma vez que “vivemos numa sociedade fundamentalmente focada no tratamento e na cura, em que a morte ainda é encarada como um fracasso e na maioria das vezes um tema a evitar”.

Por sua vez, António Gonçalves, médico anestesista e elemento da Unidade de Cuidados Paliativos do HDES, que representou a coordenadora da unidade, Maria do Rosário Vidal, realçou a importância do acompanhamento que este projeto realiza também a estes voluntários.

“Este projeto integra um dos pilares dos cuidados paliativos:  a multidisciplinaridade, a qual incluiu a parte social. Com a integração dos voluntários a EAP alargou a sua capacidade de abordar as necessidades dos doentes, sendo que o voluntariado se diferencia pela monitorização e acompanhamento próximo, que confere segurança aos doentes e permite uma intervenção mais acompanhada no sofrimento”, referiu.

Atualmente os sete voluntários que estão a colaborar integram a Liga dos Amigos do HDES, a Associação Seniores de São Miguel, mas também surgem a título particular. Estas pessoas, de momento, estão a intervir na Unidade de Cuidados Paliativos do HDES, mas poderão também vir a integrar a equipa de suporte em cuidados paliativos comunitário.
A responsável destacou ainda o facto de aos voluntários para além da competência humana, ser também exigida qualidade técnica.

“Estes voluntários, que são supervisionados por um elemento da equipa multidisciplinar, passaram por um processo de formação que os dotou de competências comunicacionais e relacionais para acompanharem estes doentes e famílias, assim como por uma entrevista individual”, explicou Carla Melo.

A Equipa de Apoio Psicossocial do Hospital do Divino Espírito Santo surgiu em 2019 no âmbito de um projeto do programa Humaniza, criado pela Fundação “la Caixa” juntamente com o BPI, com o objetivo de promover, de forma complementar, o apoio integrado a doentes com doença avançada e suas famílias, sendo que um dos objetivos desta equipa era arrancar com um projeto de voluntariado, o qual foi iniciado este ano.

Atualmente, a equipa é constituída por psicólogos e enfermeiros especialistas que atuam em estreita colaboração com as equipas recetoras da Unidade de Cuidados Paliativos e da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel.

A Equipa de Apoio Psicossocial foca-se nos aspetos psicossociais e espirituais, psicossociais, de saúde prestados pelas equipas de saúde, ajudando as pessoas com doença avançada, incurável e progressiva e suas famílias, dando-lhes ferramentas para que consigam adaptar-se e lidar o melhor possível com a situação difícil em que se encontram, devido a uma doença. 

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