Açoriano Oriental
Empresário apela ao Governo para dar avales
Sócio-gerente da disrego diz que há empresas com dificuldades, mas que, desde que apoiadas, poderão realizar investimentos credíveis. “Não é preciso que o Governo Regional dê dinheiro, mas que dê avales, sinais à banca, para que possa financiar projectos com pernas para andar”, salienta

Autor: Paulo Faustino
O sócio-gerente da empresa disrego, cujo edifício-sede na Lagoa foi distinguido com o prémio de Melhor Projecto de Investimento pela iniciativa da Açormedia “100 Maiores Empresas dos Açores 2007”, defende a concessão de avales do Governo Regional às empresas em maiores dificuldades financeiras, como forma de acederem ao crédito bancário e sobreviverem no mercado.
António Rego diz ser necessário que os empresários recorram ao financiamento em condições mais favoráveis para fazer face à escalada de juros praticada pela banca devido aos efeitos do risco, acentuados pela crise internacional. “Toda a banca tem vindo a elevar bastante os seus spreads devido aos riscos que as empresas possam representar de retorno do investimento e penso que aí o Governo Regional tem uma palavra a dizer, dando avales”, afirma.
O crédito no sistema de garantias e avales destina-se a assegurar, perante a banca, o cumprimento de obrigações por parte da empresa que beneficia da medida. Na prática, o Governo não dá fundos às empresas, mas dá todas as garantias de que os bancos necessitam para emprestar dinheiro aos empresários, na eventualidade destes falharem na amortização das dívidas. “Não é preciso que o Governo Regional dê dinheiro, mas que dê avales, sinais à banca, para que possa libertar e financiar projectos credíveis e com pernas para andar, porque há muitas empresas com capacidade para continuar no mercado, mas que se encontram no limiar da sua capacidade de endividamento”, explicou. É esta a solução que está a ser aplicada na Europa e em Portugal Continental e que António Rego pede que seja também implementada nos Açores. O objectivo é que os empreendedores “consigam estar preparados para a recessão que, como toda a gente advoga, não vamos conseguir evitar”. O próprio sócio-gerente da disrego, vocacionada para a oferta de soluções na área de softwares de gestão, restauração, segurança electrónica, domótica, UPS e ar condicionado, diz estar a experimentar dificuldades e contenção por parte de clientes na celebração de contratos com a sua empresa. De tal maneira que “temos projectos, propostas e vontade, mas depois encontramos sempre receio de não ser a hora certa, do género ‘vamos esperar a ver o que isso dá’”. Tudo isso, como ressalva, “não transmite um bom augúrio em termos de negócios”.
Já no jantar comemorativo do 173º aniversário da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), o seu presidente, Costa Martins, pediu a intervenção do Governo Regional no combate à crise, por via da redução das cargas fiscais para as empresas e famílias, diminuição de prazos de reembolso do IVA e ainda das contribuições das empresas para a Segurança Social.
Em resposta, o novo Secretário da Economia sinalizou a abertura do Governo em ajudar o empresariado: “tudo aquilo que existir dentro do quadro legal e for possível fazer pelo Governo para preservar e ajudar as empresas, será feito”.
A CCIPD tem reunido com os associados dos vários sectores de actividade no sentido de colher contributos para a ajuda governamental. A possibilidade do Executivo conceder avales e regularizar dívidas aos empresários poderá constar, entre outras, do pacote de medidas que está a ser estudado pela CCIPD a apresentar ao Governo Regional.
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