Autor: Arthur Melo
O capitão do Rabo Peixe foi notícia a 6 de novembro de 2022 por alegadamente ter dirigido ao jogador natural da Guiné-Bissau um insulto discriminatório. Ocorreu aos 38 minutos da partida da sexta jornada do Campeonato de Portugal Série D, em Olhão, jogo ganho pelos micaelenses por 0-2.
Depois de um lance mais viril disputado entre ambos, trocaram palavras. Foi na altura que Edson Pires diz ter ouvido o insulto. Correu de imediato em direção ao árbitro Ricardo Góis, pedindo, de forma exaltada, que expulsasse Diogo Andrade. Ao manter o tom ostensivo e ao colocar a mão no peito do árbitro recebeu o segundo cartão amarelo, sendo expulso.
Gerou-se confusão e apenas cerca de um minuto depois a maioria dos jogadores apercebeu-se o que tinha suscitado o alvoroço. Seguiu-se a tentativa de abandono do campo por parte da equipa do Olhanense, só prosseguindo o jogo cinco minutos depois.
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol - Secção Não Profissional, abriu um processo disciplinar a Diogo Andrade e ao Rabo de Peixe. Foram ouvidos os intervenientes, os membros da equipa de arbitragem e da força policial, os delegados das equipas e as testemunhas arroladas. Seis meses depois foi concluído não haver prova das infrações de Diogo Andrade e do clube, pelo que foram absolvidos.
Contudo,
no acórdão, o relator Tito Crespo refere que, pelo contexto da
situação, “não se olvida que o comportamento do jogador Edson Pires,
visível nas imagens do jogo, é condizente com o de alguém que está
perplexo com algo que acaba de chegar ao seu conhecimento e que
manifestamente o ofende”, rematando que “não sendo os indícios
despiciendos, na verdade são insuficientes para formar convicção quanto à
veracidade da tese de acusação, mais ainda porquanto alguns elementos
de prova parecem contrariar frontalmente”.