Açoriano Oriental
Religião
Diocese preocupada com falta de novos padres
O bispo de Angra e Ilhas dos Açores, D. António Sousa Braga, mostrou-se preocupado com a falta de padres na região, uma situação que é ainda mais evidente num ano em que não foi ordenado nenhum padre.

Autor: Lusa/AO online
Desde que é prelado nos Açores, desde Junho de 1996, esta é a primeira vez que D. António Sousa Braga é confrontado com a ausência de qualquer seminarista ordenado sacerdote.

    D. António Sousa Braga admitiu hoje à Agência Lusa estar "muito preocupado" com esta realidade, que coloca em causa a renovação dos prelados nas 172 paróquias existentes na região.

    "Este ano, pela primeira vez, não ordenei nenhum padre", revelou D. António Sousa Braga, acrescentando que, durante os doze anos do seu bispado nos Açores, foram ordenados um total de 30 novos padres.

    A crise de vocações é a principal causa apontada para a falta de novos padres, um problema que D. António considerou ser transversal à Igreja Católica em todo o mundo.

    No ano lectivo 2007/2008, frequentaram o Seminário Episcopal de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, um total de 18 alunos, quatro dos quais inscritos no primeiro ano do curso de formação sacerdotal básica, mas isso não implica que, no final, todos os formandos sejam ordenados padres.

    O único Seminário Episcopal a funcionar actualmente nos Açores foi fundado no século XIX e está instalado num imóvel localizado no centro da cidade de Angra do Heroísmo, adquirido pela Diocese na década de 1930.

    Uma fonte da Diocese açoriana adiantou à agência Lusa que, até ao final do mês, será publicada uma lista com as transferências de padres entre as várias paróquias espalhadas pelas nove ilhas.

    Segundo o Bispo açoriano, "não é fácil fazer uma distribuição equitativa" dos sacerdotes por todas as paróquias, porque são cada vez em menor número, mas "com diálogo, consegue-se efectuar alterações de forma pacífica".

    "As paróquias e as suas comunidades não têm a verdadeira noção das necessidades da Diocese no seu conjunto", afirmou D. António Sousa Braga, para quem, por maior apego que os fiéis tenham aos seus padres, "é preciso tomar decisões".

    Uma das substituições é a do padre Alexandre Medeiros, pároco no Corvo, a mais pequena ilha açoriana, onde vivem cerca de 400 pessoas.

    No final do mês, o padre Alexandre Medeiros, natural da ilha de São Miguel, termina a sua missão de três anos no Corvo e deverá regressar à terra natal.

    Depois de ter passado no início de Agosto por esta ilha, o Bispo açoriano assegurou que "o Corvo não vai ficar sem padre", embora revele que será adoptado um sistema rotativo, por períodos mais curtos.
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