Açoriano Oriental
Desarticulação das autoridades pode travar competições

O presidente da Liga de clubes, Pedro Proença, mostrou, na segunda-feira, desconforto com a “falta de articulação” entre as autoridades de saúde no país que, disse, pode resultar em “não terminarmos as competições profissionais” nesta época.

Desarticulação das autoridades pode travar competições

Autor: Lusa/AO Online

“O que nos tem deixado desconfortáveis é a falta de articulação entre a Direção-Geral da Saúde (DGS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) locais. Temos delegados regionais a decidir em determinadas zonas de forma completamente diferente de outras. O protocolo estipulava que quando um jogador testa positivo, todo o restante plantel é testado e isola-se esse jogador. Se assim não for, as competições profissionais não vão acabar, tenhamos a noção disso”, apontou Pedro Proença.

O antigo árbitro sublinhou ainda, em intervenção na TVI24, que o critério “naquilo que são as decisões das ARS” em relação à decisão de suspender os jogos dos campeonatos profissionais devido a casos de covid-19 nas equipas “tem de ser definido pela DGS”.

Sobre o regresso do público aos estádios, Proença confirmou que a Liga apresentou ao governo uma proposta para voltar preencher as bancadas “até uma capacidade máxima de 30%” e lamentou que a proposta não tenha sido aceite, mas mostrou-se esperançado que esse cenário possa ser alterado a partir da reunião prevista com o Governo no próximo mês.

“[A proposta da Liga] não foi aceite e foi-nos dito que na reunião de dia 02 [de outubro] obteríamos da parte do governo uma solução que fosse integradora dos espetadores nos estádios, portanto é isso que esperamos que aconteça dentro de uma normalidade e de uma evolução epidemiológica que ditará as regras neste aspeto”, admitiu.

No entanto, o Pedro Proença voltou a criticar o que considera “um princípio discriminatório em relação ao futebol”, quando comparado com outros espetáculos e eventos, e garantiu que “a Liga não admitirá” essa diferença de tratamento.

“O que a Liga tem suscitado é a questão da coerência. Se acreditamos que nas festas do Avante, Fátima e espetáculos tauromáquicos é possível [haver aglomerações de pessoas] e não há risco, não se consegue entender como é que o futebol não pode ter de uma forma gradativa os espetadores”, comparou Pedro Proença.

O líder da Liga de clubes foi mais longe e apontou mesmo um exemplo que aconteceu no último fim-de-semana, nos Açores, com a presença de público num jogo do Campeonato de Portugal, enquanto, ao Santa Clara, não foi permitido abrir as portas na receção ao Marítimo.

“Aquilo que se passou nos Açores é inacreditável! Tivemos um campeonato das competições não profissionais ao qual foi dado acesso e na mesma ilha o Santa Clara não pôde ter público nas competições profissionais. Quero acreditar que tenha sido um lapso”, criticou Pedro Proença.

 


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