Açoriano Oriental
Cinema de Igualdade de Género volta a São Miguel com sessões descentralizadas

A mostra de cinema de igualdade de género 'Imprópria' regressa este mês com três sessões e uma vertente social que leva filmes aos territórios identificados na Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

Cinema de Igualdade de Género volta a São Miguel com sessões descentralizadas

Autor: Lusa/AO Online

A segunda edição da mostra decorrerá no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, com 18 curtas-metragens, divididas em três sessões, de seis filmes cada, que “variam, dentro da igualdade de género, desde os direitos LGBT, transfobia, violência de género, etc.”,  e que serão exibidas, de 22 a 24 de outubro, explicou o organizador Bruno Moreira, na apresentação do evento.

O responsável pela seleção dos filmes adiantou ainda que a seleção inclui “ficção, documentário, filme-ensaio e animação”, com filmes de vários géneros em cada sessão.

Depois de, no ano passado, terem alcançado a paridade, este ano passam pelo cartaz mais realizadoras do que realizadores e, ainda, “um filme feito por uma pessoa transgénero”, destacou Bruno Moreira.

Todos os filmes são internacionais, já que a organização recebeu, para esta edição, “200 filmes, sendo que nenhum deles, infelizmente, é português”, lamentou o responsável, recordando que, no ano passado, foram incluídas as longas-metragens “Rasganço”, de Raquel Freire, e “Ela é uma Música”, de Francisca Marvão.

A vertente social deste projeto, explicou Joana Amen, vai levar uma seleção de filmes, “que tocam em temas chave”, às freguesias de Água de Pau, dos Arrifes, Fenais da Ajuda e Rabo de Peixe, os quatro territórios de São Miguel identificados como prioritários na Estratégia Regional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social.

Para o ano, planeiam, também, chegar à Terra Chã, a quinta freguesia que o documento aponta, na ilha Terceira.

Estas sessões realizam-se entre 19 e 22 de outubro, são gratuitas, e destinam-se a um público de maiores de 16 anos.

O objetivo da mostra é “desafiar o conservadorismo e que a sociedade altere algumas coisas relativamente a esta questão da desigualdade que existe”, afirmou Joana Amen, acrescentando que, “apesar desta questão afetar todas as classes sociais, há um público que não vem ao Teatro Micaelense e a quem não chega este debate”, motivo pelo qual sentiram a necessidade de descentralizar a iniciativa.

A Imprópria terá uma noite dedicada ao projeto social, em que será exibido um vídeo que revela como correram as sessões locais, contando com a presença dos diretores regionais da Solidariedade Social e da Cultura, e, nas noites seguintes, um espaço de homenagem a mulheres que se destacam na sociedade.

As homenageadas deste ano são Zuraida Soares, a antiga coordenadora do Bloco de Esquerda, que morreu em fevereiro de 2020, e que se destacou como defensora dos direitos sociais e dos direitos das mulheres, e Rosa Simas, professora universitária, que tem publicado trabalhos sobre Estudos Comparados e temáticas relacionadas com a Mulher, a Migração, o Ensino, a Tradução e o Ambiente, destacando-se a coletânea bilíngue de seis volumes “A Mulher nos Açores e nas Comunidades”.

“Para o ano, gostávamos também de homenagear homens. Embora os homens, nesta luta, sejam uma coisa mais recente, também já existe. Esperamos que haja igualdade também a esse nível”, confessou Joana Amen.


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