Açoriano Oriental
Cerca de meio milhar nas ruas de Macau em protesto pacífico no Dia Nacional da China
Cerca de 500 pessoas manifestaram-se hoje à tarde pelas ruas de Macau, de forma pacífica, aproveitando o 62º aniversário da implantação da República Popular da China para vincar as suas preocupações.
Cerca de meio milhar nas ruas de Macau em protesto pacífico no Dia Nacional da China

Autor: Lusa / AO online

A marcha até à sede do Governo decorreu sem incidentes de maior, de acordo com a PSP que estimou em 480 o número de pessoas que responderam à convocatória das cinco associações que decidiram sair à rua pelo 1º de outubro.

A polícia acompanhou de perto os protestos, tendo sido destacados 120 agentes, segundo dados divulgados pela PSP ao fim da tarde e no rescaldo das manifestações, que duraram cerca de três horas, e cujos itinerários foram cumpridos.

A Associação da União Familiar de Macau, que arrancou por volta das 15:00 horas locais do Jardim Triangular – na zona norte da cidade – foi a que juntou, de longe, o maior número de pessoas, entre idosos e crianças. Dados não oficiais apontam para a presença de mais de duas centenas de pessoas.

Envergando camisolas vermelhas – a cor da bandeira da China – os membros da Associação da União Familiar, bem como simpatizantes da causa abanavam cartazes amarelos – cor das estrelas da bandeira da China – clamaram o regresso dos filhos que habitam para lá das Portas do Cerco, num itinerário mais longo do que o percorrido pelas demais organizações.

Antes de seguir para a sede do Governo – o destino final comum a todos os grupos para a entrega de uma petição – a associação que reivindica a reunião de famílias chinesas separadas quando os pais se fixaram no território e deixaram os filhos a viver no continente rumou ao Gabinete de Ligação do Governo Central.

No local entregaram uma outra missiva na esperança que a sua voz chegue a Pequim, a quem cabe tomar uma decisão final sobre todos os processos.

A esta associação, acabaram por se “juntar” dois cidadãos de Macau, que com frequência se manifestam no Senado – praça no centro da cidade – contando na sua missão com o apoio da Associação da Força do Povo.

As camisolas roxas e cor-de-rosa denunciaram a presença de outras associações, uma das quais forçou as grades colocadas pela polícia e correu para a sede do Governo, sem que, contudo, se tenham registado conflitos. Já momentos antes, e também nas proximidades do destino final, um dos manifestantes “provocou” o cordão policial, mas sem sucesso e sem tumultos.

O deputado Ng Kuok Cheong marcou presença no protesto, aliando-se a uma associação de trabalhadores da área da construção civil, limpeza e segurança que vivem com dificuldades em manter o seu emprego, já que os empresários preferem contratar ao exterior – dado que a mão-de-obra é mais barata – e mantêm trabalhadores ilegais.

“Eles querem ter um emprego estável”, afirmou Ng Kuok Cheong, ao apontar que o Governo deve ter uma posição mais efetiva no controlo ao trabalho ilegal e que decidiu juntar-se para “apoiar a voz” destes trabalhadores.

Os protestos ocorreram num dia pleno em atividades comemorativas do 62º aniversário da implantação da República Popular da China, como o içar das bandeiras, uma cerimónia que contou com mais de 300 personalidades, e uma marcha organizada pelo Instituto do Desporto que reuniu mais de 15 mil participantes.

Seguiu-se uma receção oficial, presidida pelo chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, com as atividades a incluírem ainda um Sarau Desportivo e Cultural.

Para a noite estão reservados outros espetáculos, como de fogo de artifício, cujo concurso internacional chega ao fim com as exibições da França e da China.

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