Autor: Lusa/AO Online
O
relatório semanal do INSA sobre a diversidade genética do coronavírus
SARS-CoV-2 no país, divulgado esta quarta-feira, refere que estão identificados “um
total de 37 casos (da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2) por
pesquisa dirigida de mutações e/ou sequenciação do genoma viral”. Dados
divulgados na sexta-feira no relatório conjunto do INSA e da
Direção-Geral da Saúde “Linhas Vermelhas” registavam 34 casos da
Ómicron, considerada variante de preocupação do SARS-CoV-2, que foi
recentemente identificada em países da África austral, tendo,
entretanto, sido já detetada em cerca de 30 países à escala global. Colocando-se
“como hipótese a existência de circulação comunitária da variante
Ómicron em Portugal nos períodos analisados (hipótese não confirmada até
à data), estes dados sugerem que a circulação terá sido residual”,
lê-se no relatório. Adianta ainda que, nas
semanas 45 e 46 (entre 08 a 21 de novembro), com amostragens fechadas e
análises concluídas, registou-se uma frequência relativa de 100% para a
variante Delta. Na semana seguinte (47),
de 22 a 28 de novembro, apesar de a variante Delta apresentar uma
frequência relativa de 100%, este valor é provisório pois os dados ainda
estão a ser apurados, ressalva o INSA. As
13.038 sequências da variante Delta analisadas até à data em Portugal
dividem-se em mais de 100 sublinhagens, que começaram a ser definidas
com o prefixo “AY”, em resultado da recente atualização da nomenclatura,
que permitiu “uma maior discriminação das sequências analisadas”. Desta
monitorização contínua, o relatório destaca a atual circulação de
diversas sublinhagens da variante Delta em Portugal, sendo que 34 destas
foram detetadas consecutivamente nas últimas três semanas com
amostragens fechadas e análises concluídas entre 08 a 21 de novembro ou
na semana de 22 a 28 de novembro. “A nível
nacional, destaca-se uma sublinhagem, AY.43, com uma mutação adicional
na proteína Spike”, que tem representado, nas últimas semanas, cerca de
4% de todas as sequências analisadas, “ilustrando a continuidade da sua
circulação, que é mais marcada nas Regiões Norte e Centro”, refere o
relatório. Segundo o instituto, a
frequência relativa da sublinhagem AY.4.2 tem-se revelado
tendencialmente crescente, de 1,8% na semana de 18 a 24 de outubro para
4,2% na semana 22 a 28 de novembro (dados em apuramento), mantendo uma
maior circulação no Algarve. Está, no entanto, a aumentar a sua frequência em outras regiões, nomeadamente em Lisboa e Vale do Tejo. A
sublinhagem AY.26 tem mantido uma frequência relativa de cerca de 4% a
nível nacional, mantendo uma maior circulação no Alentejo e, nas últimas
semanas analisadas, registou “um aumento considerável” de circulação na
Região do Centro. Nas últimas amostragens,
registou-se ainda a deteção de casos associados ao perfil Delta+S:E484Q
(diversas sublinhagens), apontando para a ocorrência recente de, pelo
menos, três surtos (não relacionados entre si) nos distritos de Évora e
Porto e nos Açores.