Açoriano Oriental
Câmara do Funchal ainda só recebeu 915 mil euros para a reconstrução
A câmara do Funchal ainda só recebeu 915 mil euros de apoio, no âmbito da Lei de Meios, para fazer face aos prejuízos de 19,9 milhões causados pelo temporal de há um ano, disse o presidente da autarquia
Câmara do Funchal ainda só recebeu 915 mil euros para a reconstrução

Autor: Lusa

Em declarações à agência Lusa, Miguel Albuquerque destacou que a câmara da capital madeirense “fez [após o temporal de 20 de fevereiro] alteração ao seu orçamento, adiando um conjunto de obras para fazer face às prioritárias”, tendo investido no último ano mais de 6,1 milhões em trabalhos de limpeza, empreitadas de recuperação de redes de água, de equipamentos viários e de complexos balneares, entre outros.

O autarca acrescentou que a Câmara tem programado gastar nas obras de reconstrução mais 5,4 milhões este ano, 4,2 milhões em 2012 e dois milhões em 2013.

Miguel Albuquerque referiu que estabeleceria hoje as mesmas prioridades de intervenção no município, adiantando que a câmara do Funchal deveria ter recebido mais meios.

O autarca funchalense destacou que a preocupação fundamental após o 20 de fevereiro foi apoiar o conjunto de 728 famílias que foram afetadas, num total de 2.346 pessoas, e os comerciantes da cidade que viram os seus estabelecimentos parcial ou totalmente destruídos.

Realçou que “já foram realojadas definitivamente em novas casas 546 pessoas, o que corresponde a 168 famílias” e que as associações apoiaram outras 560 pessoas que receberam ajuda para obras nas moradias danificadas.

Estão ainda aprovados 20 dos cerca de 80 processos ao abrigo do programa para recuperação de imóveis degradados (PRID), apontou.

Miguel Albuquerque mencionou que também 142 empresários receberam um apoio imediato de 2.500 euros cada.

O autarca destacou a importância da solidariedade particular e nacional, sublinhando que a câmara municipal do Funchal recebeu 1,690 milhão de euros de apoio solidário, verba que foi “canalizada para apoios sobretudo a famílias afetadas pela intempérie”, existindo um relatório enviado aos doadores a comprovar a situação para garantir a transparência da aplicação dos dinheiros.

“Do ponto de vista das intervenções prioritárias a câmara fez aquilo que era possível e que tinha de fazer”, garante.

Referiu que “neste momento existe um conjunto de empreitadas e obras que vão continuar a ser executadas” e, adiantou, que estão em fase de projeto intervenções nos jardins do Campo da Barca na entrada da cidade e no complexo balnear do Lido que ficaram totalmente destruídos.

Miguel Albuquerque salientou que a catástrofe, os elevados índices de pluviosidade registados este ano e os incêndios de agosto tornaram “a cidade mais vulnerável aos aluviões”, sendo “urgente proceder à reflorestação”, um projeto que já está em curso.

“Funchal está mais vulnerável mas as pessoas estão mais conscientes dessa vulnerabilidade”, conclui sublinhando que no processo de reconstrução é necessário “aprender com os erros” e adotar os “procedimentos corretos”.

O Governo aprovou em abril do ano passado a proposta de lei de meios para financiar a reconstrução dos danos causados pelas intempéries na Madeira com 740 milhões de euros em quatro anos, num total de 1.080 milhões de euros.

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