Açoriano Oriental
Bruno Amaral concretiza desejo de correr com R5

Piloto micaelense, que regressou este ano à competição, vai correr com um Ford Fiesta R5 para andar depressa, mas sem ‘loucuras’

Bruno Amaral concretiza desejo de correr com R5

Autor: Rui Jorge Cabral

O piloto micaelense Bruno Amaral vai correr no Campeonato dos Açores de Ralis com o Ford Fiesta R5 Evo2, o antigo carro do campeão açoriano Luís Rego Júnior.

Bruno Amaral, que regressou com regularidade aos ralis em 2020, depois de sete anos praticamente inativo, já experimentou o carro e ficou muito satisfeito com o salto em termos de performance que o R5 significa relativamente ao Mitsubishi Lancer de Grupo N que o piloto conduzia desde 2011.

Em declarações ao Açoriano Oriental, Bruno Amaral afirma que “já tinha uma expectativa muito grande para o desempenho deste carro, mas ele é ainda superior ao que eu pensava... O carro é qualquer coisa de fantástico e para quem corria - como eu - nas duas rodas motrizes e de Mitsubishi, a diferença é abismal, não há comparação possível”.

Bruno Amaral afirma que pilotar um R5 é a concretização de um sonho e que a sua paragem prolongada teve também como objetivo preparar o regresso com um carro mais evoluído. “Se tivesse corrido nestes últimos sete anos, haveria muitos objetivos na minha vida que eu não teria conseguido alcançar, tanto pessoais, como profissionais. Nesta fase e tendo já concretizado esses objetivos, posso avançar com um projeto novo para os ralis”, afirma Bruno Amaral, que vai continuar a ter Rui Medeiros como navegador, agora no Ford Fiesta R5 Evo2.

O piloto afirma também que o projeto do R5 surgiu “da paixão que tenho pelo desporto automóvel”, lembrando que depois de uma década a pilotar carros de quatro rodas motrizes, regressar às 2RM era “deixar a potência pelo caminho”. Desta forma e com ajuda da Rego Jr. Competições, estrutura do campeão dos Açores de ralis e da Camelo Cafés, “foi possível ter as condições para realizar o sonho”, afirma Bruno Amaral.

O piloto não sabe se poderá estrear o carro ainda em 2020, uma vez que não é certo que se dispute o Campeonato dos Açores de Ralis este ano, devido à pandemia de Covid-19, mas quando for possível correr, Bruno Amaral afirma que vai partir para as classificativas sem pressão, com o objetivo de “divertir-me e retirar o máximo proveito do carro, sem entrar em loucuras”. O número de provas a realizar por ano vai depender dos apoios que o piloto conseguir reunir.

Bruno Amaral tem 39 anos e é empresário do ramo da restauração. O piloto da vila das Capelas sempre foi um apaixonado dos motores, mas foi no motocrosse que começou a correr ainda durante a adolescência. “Sempre gostei de ralis, mas este era um desporto com um custo muito elevado para um estudante”, recorda Bruno Amaral, que só em 2007, já com 26 anos, teve a oportunidade de se estrear nos ralis, com um Peugeot 205 GTi 1.9, carro com que conseguiu um 3.º lugar no campeonato regional de VSH logo no ano de estreia.

Piloto rápido e de condução espetacular, Bruno Amaral passou em 2008 para um Citroën Saxo Cup e voltou a impressionar, terminando o campeonato dos Açores em 2.º nas 2RM. Em 2009, Bruno Amaral volta a evoluir de carro, para um Citroën C2 R2, mas desta vez as coisas já não correram tão bem como nos anos anteriores. “Não tive muita sorte com este carro, tive muitas avarias, porque o C2 era na altura um carro em fase de evolução e só quando surgiu a versão MAX passou a ser competitivo”, recorda o piloto.
Em 2011, Bruno Amaral volta a dar um salto em termos de competitividade, passando para o Mitsubishi Lancer EVO VIII, carro com que correu até este ano - com uma longa paragem a partir de 2013 - e que entretanto foi evoluído para EVO IX. “Perdíamos terreno para os EVO IX e, por isso, acabei por transformar o carro em EVO IX, tornando-o mais competitivo”, explica Bruno Amaral.

No ano de estreia com o Mitsubishi, Bruno Amaral impressionou com um andamento bastante rápido nalgumas provas, logo atrás do campeoníssimo Ricardo Moura, mas depois a falta de apoios para evoluir de carro e para continuar regularmente nos ralis levou-o a uma longa paragem interrompida só este ano e logo com o primeiro título da carreira de Bruno Amaral: a vitória no Troféu Play/AutoAçoreana, competição que foi encurtada devido à pandemia de Covid-19.

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