Açoriano Oriental
Benfica alcança título feminino de andebol com a promessa de "mais por fazer"

O Benfica revalidou hoje o título de campeão feminino de andebol, ao vencer o Colégio de Gaia por 52-31, o nono da história do clube, mas a central Mihaela Minciuna garante que há "mais por fazer".

Benfica alcança título feminino de andebol com a promessa de "mais por fazer"

Autor: Lusa /AO Online

"Há sempre mais por fazer. Ganhámos o campeonato, mas deixámos fugir a Taça Federação e, sendo uma competição interna, tínhamos obrigação de ganhar. Também não deixarmos alguns jogos serem tão equilibrados, temos nível, plantel, talvez não com todas as lesões que temos tido, mas mesmo assim podemos fazer mais e melhor a nível interno. Para depois podermos também fazer mais a nível internacional", disse a internacional portuguesa, que leva 97 golos esta temporada, em declarações à Lusa.

Num percurso no campeonato que resultou em 20 vitórias em 21 jogos disputados até à data, apenas a concorrência forte do Madeira SAD, única equipa que conseguiu arrancar um empate às 'águias' (30-30), e inclusivamente vencer na Taça Federação (29-27), impediu a equipa de João Alexandre Florêncio de festejar mais cedo.

O técnico benfiquista prefere acalmar possíveis euforias e aponta, além da 'final four' da Taça de Portugal, troféu que as 'encarnadas' ainda podem juntar a Supertaça e Liga, a importância da conquista do tricampeonato na próxima época, o que seria um feito inédito na história do clube.

 "Temos de ter muito respeito por equipas como o [Colégio de] Gaia, que, nos últimos seis anos, conquistou dois campeonatos. Estamos com muita força, a grandeza que o Benfica merece, mas queremos fazer mais, não vamos parar por aqui e temos agora a 'final four' [da Taça de Portugal], que vai ser muito difícil, porque tivemos muitas lesões, e já pensamos nisso e no tricampeonato, que seria inédito", constatou Florêncio.

O Benfica havia abandonado a modalidade em 1993/94 e, após um breve regresso na temporada 1996/97, o clube voltou a apostar na modalidade em 2018, vencendo primeiro a segunda divisão e seguidamente a conquistar duas vezes o principal escalão, sem sofrer qualquer derrota no percurso.

Apesar do sucesso da equipa na atual temporada, foi unânime entre as jogadoras a insatisfação e a necessidade de conseguir também outro tipo de êxito a nível internacional.

O Benfica acabou eliminado da Taça da Europa de forma tangencial pelas turcas do Konyaalti BSK, que viriam a vencer a competição, nos oitavos de final, com as 'águias' a perderem 33-32 na Luz, após um empate a 35 no terreno do adversário.

A falta de experiência da equipa foi o principal fator apontado pelo treinador benfiquista para a derrota europeia, já Minciuna sublinhou a vontade de corrigir o resultado adverso. 

"Já este ano era um objetivo que tínhamos. Toda a competição em que o Benfica entra é para ganhar, umas competições com mais obrigatoriedade, outras com menos. Aquele empate e ver a equipa que nos venceu acabou por ganhar a taça deixa um sabor amargo e de que poderíamos ter feito mais", disse.

O técnico João Alexandre Florêncio destacou e agradeceu, além de todo o plano desportivo, o papel que o clube tem tido no investimento e promoção do desporto feminino no seu todo e o impacto social que este pode vir a ter nas próximas gerações.

"O que a direção do Benfica tem feito pelas mulheres no desporto é incrível. Temos as cinco principais modalidades de pavilhão com equipas femininas ao mais alto nível. Hoje, a minha filha tem referências, o meu filho já tinha e ela passou a ter. É um avanço civilizacional e é incrível o que o Benfica faz pelo desporto e pela mulher em particular", explicou.


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