Açoriano Oriental
BE/Açores responsabiliza PS por Governo de direita e vai combater “compadrio"

O BE/Açores atribuiu este sábado ao Partido Socialista a responsabilidade pelo atual Governo Regional de direita e vai defender a “decência e a clareza das relações entre o público e o privado” e combater “sem tréguas” o “compadrio”.

BE/Açores responsabiliza PS por Governo de direita e vai combater “compadrio"

Autor: Lusa /AO Online

“Queremos dizer ao Governo Regional que, se ideologia é combater os negócios para amigos, então o Bloco de Esquerda manterá a sua luta pela decência e pela clareza das relações entre o público e o privado. Da nossa parte, o compadrio terá um combate sempre sem tréguas”, afirmou o coordenador regional do partido.

António Lima falava hoje, em Ponta Delgada, no encerramento da VII Convenção Regional do Bloco de Esquerda dos Açores, em que discursou também a coordenadora nacional, Catarina Martins.

O líder regional acusa o atual executivo de coligação PSD, CDS-PP e PPM de manter “as condições para que os trabalhadores do privado vivam com o salário mínimo ou menos, sem condições de trabalho, e ainda apoiando com dinheiros públicos muitas empresas para pagarem esses mesmos salários de miséria”.

António Lima disse ainda que “não foi a direita que ganhou as eleições, foi, sim, o Partido Socialista dos Açores que as perdeu”.

Lembrando que, nas eleições regionais de 2020, “à esquerda, foi o Bloco de Esquerda a única força política a crescer eleitoralmente”, o líder regional acrescentou que “os 24 anos de governação socialista significaram a manutenção do 'status quo', com os setores importadores e monopolistas bem instalados, um setor primário estagnado e uma economia pouco inovadora que fomenta e vive da mão de obra barata e pouco qualificada”.

“Se acrescentarmos a este quadro uma prática política onde o nepotismo e o compadrio eram crescentes, e onde a arrogância política grassavam, com a governação estavam de costas voltadas para a democracia, temos em síntese rápida as razões desta derrota”, prosseguiu.

O coordenador regional do BE denunciou que não se encontra nos documentos do atual executivo “nenhum detalhe concreto sobre como combater a pobreza” e “não se encontra uma linha sobre as condições de trabalho”.

A estrutura assume-se assim como “uma força política que, sem qualquer sectarismo, assume uma postura clara e frontal no combate às desigualdades, no combate a todo o tipo de discriminação social ou cultural, e que defende um projeto de diversificação da economia para novos patamares de desenvolvimento”.

António Lima defendeu “uma economia que enquadre e acolha todos os açorianos e açorianas sem os condenar à emigração, como acontece hoje com os mais qualificados até”, e irá apresentar “propostas novas para a economia e novas soluções para os serviços públicos”.

Para o bloquista, “a nova maioria de direita no Governo da região não tem, como já foi várias vezes dito, um projeto para os Açores”.

“Nesse aspeto, imita o poder do Partido Socialista, mas em pior”, prosseguiu, acusando o Governo de coligação de mostrar “aos setores económicos dominantes na sociedade açoriana que com este Governo ganham ainda mais do que ganhavam com o Partido Socialista”.

“Falo concretamente das PPP [Parcerias Público-Privadas]” como “é exemplo a venda garantida de energia à EDA, bem explicada no programa de governo”, disse.

Esse princípio será também aplicado à saúde e à educação, considera, mas “a diferença é que se falará de propinas, na educação, e de convenções na saúde”.

Também a SATA mereceu a atenção do líder da estrutura regional do partido, que afirmou que a companhia aérea “não é um problema do foro sentimental”, mas sim “um ativo estratégico da região”.

“A recém-criada tarifa de 60 euros, anunciada como medida estrutural e integrada nas obrigações de serviço público, é afinal uma espécie de tarifa promocional, para a qual se desconhece o suporte financeiro”, atirou, acrescentando que “tudo isto deve preocupar os açorianos e açorianas”.


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