Autor: Lusa
O presidente da Junta de Freguesia de São Mateus, Manuel José Ramos, que denunciou esta semana a situação, disse à agência Lusa que o posto da GNR fechou este mês e a autarquia não foi informada, desconhecendo “se o encerramento é só por um momento ou [se ocorre] definitivamente”.
Também o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, António Reis (PSD), contactado pela Lusa, indicou não ter “qualquer informação oficial” sobre o assunto, adiantando que pretende questionar a GNR.
Numa resposta por escrito enviada à Lusa, a GNR esclareceu que o Posto Territorial da Praia “foi temporariamente deslocalizado”, para que sejam realizadas obras de reparação do edifício que se encontra degradado.
“O Posto Territorial da Praia carece de obras de reparação e manutenção de modo a garantir a dignidade funcional a todos os cidadãos, bem como as necessárias condições de serviço e bem-estar dos militares que ali prestam serviço”, justificou a GNR.
Segundo a GNR, o Comando Territorial dos Açores dispõe de duas infraestruturas na ilha Graciosa, designadamente o Posto Territorial da Praia, localizado em São Mateus, e um edifício em Santa Cruz da Graciosa, “que estava afeto a casa de função”.
“Assim, e dado que o edifício afeto a casa de função foi objeto de obras de reparação, adaptação e manutenção, o posto foi temporariamente deslocalizado, para que se pudessem efetuar as obras necessárias no Posto Territorial da Praia”, acrescentou.
A GNR garantiu ainda que “tudo fará para cumprir a sua missão e servir a população naquele local”.
À Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa reconheceu que o edifício “estava a precisar de obras e de uma intervenção a sério”, dado que “não tinha manutenção há muitos anos”.
“Vamos fazer pressão para que as obras aconteçam o mais rapidamente possível, porque faz mais falta os militares da GNR estarem sedeados na freguesia de São Mateus, onde há o porto de pescas, o porto comercial”, alegou António Reis.
O porto, notou, tem “muita circulação de embarcações de uma ilha para outra" e, por vezes, podem existir "pequenos desacatos”.
O presidente da Junta de Freguesia de São Mateus, Manuel José Ramos, também lamentou que a autarquia não tenha “qualquer informação” oficial da GNR sobre o assunto e disse que apenas assistiu ao encerramento do posto que funciona naquele edifício “há mais de meio século”.
“É claro que [o imóvel do posto da GNR] precisa de obras de reabilitação, mas a nível oficial não temos qualquer informação. O que vimos foi a porta fechar sem qualquer esclarecimento. Não sabemos se o encerramento é só por um momento ou [se ocorre] definitivamente”, lamentou, salientando que “embora o efetivo que ali estava não fosse muito grande, transmitia segurança às populações e era uma forma de haver um socorro rápido, caso fosse necessário”.
“A nossa função é alertar”, acrescentou, adiantando que vai apresentar o assunto à ministra da Administração Interna e aos deputados da República eleitos pela Região Autónoma dos Açores.