Açoriano Oriental
Alunos e pais da Secundária Antero de Quental protestam contra "condições degradantes"

Alunos e pais da Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada, nos Açores, manifestam-se na sexta-feira como forma de protesto contra "as condições degradantes" do estabelecimento de ensino situado no Palácio da Fonte Bela.

Alunos e pais da Secundária Antero de Quental protestam contra "condições degradantes"

Autor: Lusa

"A escola sempre passou por várias necessidades e o conselho executivo pediu, por diversas vezes, verba à direção regional da Educação, que deu sempre uma resposta insuficiente ou então nem sequer respondiam aos ‘emails’", afirmou o presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Antero de Quental, Rodrigo Monteiro, em declarações à agência Lusa.

Segundo Rodrigo Monteiro, a manifestação de sexta-feira visa denunciar "a falta de assistentes operacionais, a escassez de materiais essenciais como cadeiras e mesas em condições razoáveis, a insuficiência de material de laboratório, a falta de acesso a recursos tecnológicos" e a necessidade de "obras estruturais" no edifício antigo.

"Com o passar dos anos, os problemas foram-se acumulando e chegou a um ponto em que a única maneira de alertar para a situação foi promover esta manifestação, visto que não existem condições" no estabelecimento de ensino, apontou o estudante do 12º ano.

O protesto, convocado pela associação de estudantes e de pais e encarregados de educação, está marcado para sexta-feira, entre as 09:00 e as 11:00 locais (12:00 em Lisboa) no portão sul da escola (Largo Mártires da Pátria).

Na escola, cujo patrono é Antero de Quental, poeta e filósofo, nascido em Ponta Delgada, "faltam cadeiras, mesas, recursos tecnológicos", enquanto que o material de laboratório "está muito degradado", vincou o presidente da Associação de Estudantes.

"A chefe das funcionárias diz que são necessárias cerca de 400 cadeiras. Há um tempo, quando foi solicitada verba, eram precisas cerca de 100 cadeiras", denunciou.

Segundo o estudante, a degradação também afeta o edifício "mais recente" da escola, onde a internet apresenta problemas de funcionamento, o que "complica a utilização dos manuais digitais".

Além disso, "o piso e o chão apresentam muitas infiltrações. Existem zonas onde chove. E há cadeiras que se partiram a meio da aula", disse Rodrigo Monteiro à Lusa, alertando que o teto da antiga cisterna está "em risco de colapsar".

O dirigente estudantil disse não perceber, enquanto aluno, "a falta de investimento" numa escola que tem "as melhores médias de exames nacionais na região".

"A nossa escola precisa muito mais de verba do que outra, porque temos muito mais património para manter. No palácio da Fonte Bela são necessárias muitas obras, mas os alunos querem continuar a ter aulas neste imóvel", sustentou Rodrigo Monteiro.

Contactado pela agência Lusa, o presidente do conselho executivo, Ulisses Barata, disse não querer comentar a situação.

A escola, situada no centro da cidade de Ponta Delgada, tem atualmente mais de 1.500 alunos, no ensino regular e básico, segundo o presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Antero de Quental.

A Secundária Antero de Quental, fundada em 1852 como Liceu de Ponta Delgada, iniciou as suas atividades no Convento da Graça, sendo transferida para o Palácio da Fonte Bela em 1921 (mandado construir em 1830 pelo Barão da Fonte Bela – Jacinto Inácio Rodrigues da Silveira), onde se encontra atualmente.

O Palácio da Fonte Bela está classificado como Imóvel de Interesse Público.


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