Autor: Lusa/AO Online
“Os Açores nunca são vendidos como turismo cultural. Pelo contrário, são as paisagens e não os centros históricos, os museus, teatros, palácios e igrejas que compõem os cartazes turísticos”, afirmou Isabel Albergaria, mestre em História de Arte e doutorada em Arquitetura, acrescentando que a paisagem açoriana sempre deslumbrou, mas tem muito de presença humana.
A professora da Universidade dos Açores falava em Ponta Delgada, no âmbito de um painel dedicado ao turismo cultural e religioso do “Fórum Turismo 2015”, organizado pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada.
“Não podemos descurar o potencial nesse domínio [cultural], que está quase completamente por explorar”, referiu a investigadora, alegando que o turismo cultural atrai visitantes “com elevados recursos e alto nível cultural, é amigo do ambiente e da cultura local”.
Para Isabel Albergaria, o aproveitamento do potencial do turismo cultural nos Açores ajudaria a introduzir sofisticação ao destino sem substituir a atenção dada à natureza, até porque “a paisagem em si também é cultura”.
Segundo a investigadora, a Organização Mundial de Turismo refere que o segmento do turismo cultural corresponde atualmente a cerca de 37% da atividade turística mundial e aponta para uma média de crescimento anual de 15%.
O turismo cultural, considerou, apoia-se em pilares como os equipamentos culturais e científicos, como museus, bibliotecas e teatros, no património devidamente conservado e valorizado, na informação adequada e disponível aos vários públicos/línguas e ainda na qualificação dos recursos humanos.