Açoriano Oriental
Açores com aumento da taxa de esforço no crédito à habitação em 2022

Em 2022, a taxa de esforço do crédito para habitação nos Açores aumentou para um valor mediano de 13,4%. Este crescimento acompanhou a tendência nacional, refletindo o impacto da inflação e das subidas das taxas de juro

Açores com aumento da taxa de esforço no crédito à habitação em 2022

Autor: Ana Carvalho Melo

O valor mediano da taxa de esforço do crédito para habitação subiu para 13,4% nos Açores em 2022, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), o que mostra que mais mutuários estavam a dedicar uma maior percentagem do seu rendimento mensal às prestações da habitação em comparação com o ano anterior.

De acordo com o INE, o aumento no arquipélago do valor mediano da taxa de esforço com o crédito para habitação permanente dos mutuários acompanhou a subida no resto do país, onde o valor foi de 14,5%, registando-se um aumento de 1,7 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2021.

“Note-se que o ano de 2022 foi marcado por um contexto geopolítico e geoeconómico que se traduziu num aumento da inflação e, consequentemente, na subida das taxas de juro, nomeadamente das taxas de juro implícitas no crédito à habitação”, realça o INE.

Na análise global do país, o gabinete de estatística realça que a taxa de esforço da habitação foi superior à referência nacional em nove das 26 NUTS III do país, destacando o Algarve (16,5%) e o Tâmega e Sousa (15,3%) por apresentarem valores acima dos 15%, enquanto o Baixo Alentejo foi a sub-região que registou a menor taxa de esforço do crédito para habitação permanente: 12,8%.

Segundo o INE, as taxas de esforço do crédito para habitação permanente têm como população-alvo os mutuários residentes em Portugal com contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação própria permanente até 300 mil euros, com taxas de juro variável, celebrados com instituições financeiras a operar em Portugal.

Refira-se que a taxa de esforço é um indicador financeiro que mostra quanto do rendimento mensal de uma família ou indivíduo é usado para pagar o empréstimo da casa. 

Um em cada cinco açorianos com crédito habitação

Aproximadamente um em cada cinco açorianos era mutuário com créditos para habitação permanente no ano de 2022. Segundo o INE, em 2022, havia em Portugal 1.638.064 mutuários com créditos para habitação permanente, o que representava 18,5% da população residente com 18 ou mais anos em Portugal.

O instituto de estatística realça ainda que, a nível sub-regional, esta proporção era superior ao valor nacional em oito das 26 NUTS III do país, destacando-se a Península de Setúbal (24,1%) e a Região Autónoma dos Açores (20,4%) com os maiores valores.

Na caracterização dos mutuários por idades, o INE revela que a taxa de esforço do crédito para habitação permanente nos Açores sobe para os mutuários até aos 34 anos, atingindo 16,05%, sendo de 13,08% para o grupo etário dos 35 aos 64 anos e descendo para 11,95% para quem tem 55 ou mais anos.

Revela ainda que na globalidade do país, em 2022, 23,7% dos mutuários com idade até aos 34 anos tinham pelo menos um contrato de crédito à habitação celebrado nesse ano.
Assim como que o valor mediano da taxa de esforço do crédito para habitação permanente dos mutuários com idade até aos 34 anos e com pelo menos um contrato celebrado em 2022 era superior à taxa de esforço considerando todos os mutuários desse escalão etário (19,0% e 17,2%, respetivamente).

Refere ainda que este padrão era comum a todas as regiões NUTS III do país, tendo a Península de Setúbal registado a maior diferença (2,5 p.p.) entre o valor mediano da taxa de esforço dos mutuários mais jovens com pelo menos um contrato de crédito à habitação celebrado no ano e o da taxa de esforço considerando todos os mutuários desse grupo etário (19,8% e 17,4%, respetivamente).


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