Açoriano Oriental
Vasco Cordeiro diz que trabalhará com o Governo da República que estiver em funções
O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disse hoje, na Assembleia Legislativa, que a região trabalhará com qualquer Governo da República, desde que sejam defendidos os interesses do arquipélago.
Vasco Cordeiro diz que trabalhará com o Governo da República que estiver em funções

Autor: Lusa/AO Online

 

"O Governo Regional dos Açores trabalhará com o Governo que estiver em funções na República, colocando acima de tudo os interesses dos Açores e a defesa da nossa autonomia", declarou Vasco Cordeiro, acrescentando que não se vai pronunciar sobre se quer um Governo da República "num sentido ou noutro".

O chefe do executivo açoriano respondia assim a um pergunta levantada pelo deputado do PPM, Paulo Estêvão, que durante uma interpelação ao Governo Regional questionou o Vasco Cordeiro sobre se preferia ter Passos Coelho ou António Costa como primeiro-ministro.

O socialista falava antes de se saber que o Presidente da República, Cavaco Silva, deu o seu acordo à proposta de constituição do XX Governo Constitucional apresentado pelo ministro-ministro indigitado, Pedro Passos Coelho.

A pergunta do PPM surge depois de Vasco Cordeiro ter afirmado, na qualidade de líder do PS/Açores, que deveria ser a coligação PSD/CDS a governar, por ter vencido as eleições legislativas nacionais.

"A posição de princípio de Vasco Cordeiro só se sustenta se os três deputados eleitos pelo PS/Açores votarem contra a moção de rejeição ao Governo de Passos Coelho que o PS, o BE e o PCP já anunciaram", insistiu Paulo Estêvão, sublinhando que, de outra forma, o presidente do Governo Regional "sairá fortemente desautorizado da atual crise política".

Vasco Cordeiro escusou-se a dizer como é que os deputados eleitos pelo PS/Açores vão votar em relação a uma eventual moção de rejeição do programa do Governo, até porque estava no parlamento na qualidade de chefe do executivo e não de líder da estrutura partidária.

Contudo, considerou que um eventual governo de gestão "não terá grande impacto" nas contas públicas regionais, embora entenda que é preferível que o país disponha de um Governo em funções, sobretudo para salvaguardar questões de interesse para os Açores como o futuro da base das Lajes, os apoios aos agricultores ou o concurso do serviço de carga aérea.

A interpelação ao Governo acabou por terminar de forma abrupta, quando o deputado do PPM abandonou a sala de plenário, em sinal de protesto, pelo facto de a presidente da assembleia ter dado a palavra a Vasco Cordeiro para encerrar o debate, depois de mais nenhuma bancada ter querido intervir.

"É absolutamente inaceitável, senhora presidente, e constitui um grave precedente ao funcionamento democrático deste parlamento, porque nunca sucedeu tal coisa", lamentou o deputado monárquico, acusando Ana Luís de estar a "impedir o PPM de utilizar o seu tempo para o debate democrático".

A presidente da Assembleia Regional assegurou, no entanto, que não se trata de uma situação inédita e que estava apenas a cumprir o regimento, lembrando que o PPM, como partido proponente, ainda tinha oportunidade de encerrar a interpelação.

O episódio provocou a suspensão dos trabalhos parlamentares durante mais de 60 minutos e, já depois de interrompido o plenário para almoço, o PPM enviou um comunicado às redações em que pede a "demissão da presidente da Assembleia", por "absoluta falta de isenção".

 

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