Açoriano Oriental
Resultados preliminares de estudo sobre a COVID-19 apontam para taxa de imunidade de 2,6% nos Açores

A Secretária Regional da Saúde considerou que os resultados preliminares do Primeiro Inquérito Serológico Nacional COVID-19, divulgados sexta-feira, revelam que a extensão da infeção na população açoriana foi “limitada”, refletindo os esforços de contenção empreendidos na Região.

Resultados preliminares de estudo sobre a COVID-19 apontam para taxa de imunidade de 2,6% nos Açores

Autor: AO Online/ GaCS

Os resultados apontam para uma seroprevalência de 2,6% na Região Autónoma dos Açores, abaixo da taxa de 2,9% verificada a nível nacional, bem como dos valores referentes às regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Norte e Centro.

Isto significa que apenas 2,6% das amostras de soro sanguíneo respeitantes à Região revelaram anticorpos específicos contra SARS-CoV-2, decorrentes de contacto prévio com o vírus.

“Através deste inquérito e dos inquéritos que se vão seguir, vamos monitorizar a evolução da imunidade na Região e adequar as medidas de prevenção”, afirmou Teresa Machado Luciano, adiantando que os resultados referentes à Região serão detalhados posteriormente.

Entre as diferentes regiões, a seroprevalência variou entre 1,2% no Alentejo e 3,5% em Lisboa e Vale do Tejo, embora sem significado estatístico.

A seroprevalência a nível nacional foi mais elevada entre os indivíduos do sexo masculino (4,1%) comparativamente aos do sexo feminino (1,8%).

Os vários grupos etários em estudo apresentaram valores semelhantes de seroprevalência, variando entre 2,2% no grupo dos 10 aos 19 anos e 3,2% no grupo dos 40 aos 59 anos.

A seroprevalência foi mais elevada entre os indivíduos que concluíram o ensino secundário (6,4%) e mais baixa entre os indivíduos que concluíram o ensino superior (1,4%).

Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na distribuição da seroprevalência segundo a situação perante o trabalho e segundo a presença de duas ou mais doenças crónicas.

Segundo os antecedentes de COVID-19 e a sintomatologia compatível com COVID-19 reportada pelos participantes desde março de 2020, destaca-se uma prevalência mais elevada nos indivíduos que referiram ter tido um contacto prévio com caso suspeito ou confirmado de COVID-19 (22,3%) e naqueles com sintomatologia compatível com a definição de caso possível de COVID-19 do Centro Europeu de Doenças Transmissíveis (6,1%).

No que se refere à presença de outros sinais ou sintomas, destacam-se prevalências mais elevadas nos indivíduos que referiram anosmia (perda total do olfato) ou três ou mais sinais ou sintomas, como febre, arrepios, astenia (fadiga), odinofagia (dor ao engolir), tosse, dispneia (falta de ar), cefaleia, náusea/vómitos e diarreia (6,5%).

Os autores do estudo concluem que permanece a necessidade de monitorização da evolução da seroprevalência dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 na população portuguesa, sendo que a seleção de períodos de seguimento dependerá da evolução da epidemia em Portugal.

A Região Autónoma dos Açores participou no Primeiro Inquérito Serológico Nacional COVID-19, conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, com uma amostra de 326 análises, de sete ilhas, nomeadamente São Miguel, São Jorge, Pico, Terceira, Faial, Graciosa e Flores, com o objetivo de determinar a extensão da infeção na população e monitorizar a evolução da imunidade.


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