Açoriano Oriental
PCP
Raimundo diz “até já” a Jerónimo e alerta que “há quem salive" pelo fim do partido

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, agradeceu hoje a Jerónimo de Sousa o seu “empenho e contributo” e dirigiu-lhe um “até já”, alertando os militantes que “há quem salive e desespere pelo fim do PCP”.

Raimundo diz “até já” a Jerónimo e alerta que “há quem salive" pelo fim do partido

Autor: Lusa /AO Online

“Porque não esquecemos o papel de cada um no coletivo partidário, em nome do Comité Central, em nome da Conferência Nacional e certamente que em nome de todo o Partido, gostaria de dirigir uma palavra ao camarada Jerónimo de Sousa”, afirmou Paulo Raimundo.

No encerramento da quarta Conferência Nacional do partido, Paulo Raimundo agradeceu ao secretário-geral cessante, Jerónimo de Sousa, o seu “empenho, contributo” e “papel”.

“A alteração das tuas responsabilidades não significa um adeus, é um até já camarada”, disse, num momento em que os delegados e militantes presentes se levantaram para aplaudir Jerónimo de Sousa e entoar “Assim se vê a força do pêcê”. Jerónimo de Sousa deixa o cargo de líder mas vai permanecer no partido como membro do Comité Central.

Dirigindo-se para ‘dentro’, Paulo Raimundo avisou que “há quem salive e desespere pelo fim do PCP”.

“Pois daqui fica o conselho, esperem sentados, porque um partido ligado aos trabalhadores, às populações, aos seus problemas e anseios, determinado em lhes dar esperança, um partido assim e como aqui se reafirmou na Conferência, a única coisa a que está condenado é a crescer e a alargar a sua influência”, defendeu, num dos momentos altos do seu discurso em que foi mais aplaudido.

Com uma camisa azul clara, um ‘blazer’ escuro e calças beges, o novo secretário-geral do PCP deixou apelos “ao coletivo partidário”.

“Em todas as frentes de luta e intervenção seja como eleitos nas autarquias, na Assembleia da República, nas assembleias legislativas regionais, no Parlamento Europeu, seja nos sindicatos e outras estruturas dos trabalhadores, seja na frente de intervenção de organizações de massas das mais diversas áreas, seja na ação de todos os dias, do contributo mais modesto ao mais qualificado, aqui fica o apelo, que todos e cada um dê mais um pouco, faça mais um esforço, ganhe mais confiança nesta luta que travamos pelos trabalhadores, o povo e o País, por uma sociedade e um mundo mais justos”, vincou.

O apelo deixado aos militantes foi estendido “a toda a sociedade”, para que não se perca “a esperança” nem se “baixem os braços”.

Raimundo defendeu que o PCP não se conforma nem resigna com o capitalismo que “apenas tem para oferecer a guerra, a miséria, a corrupção e a degradação ambiental, tem de facto muita força” mas que “não tem força bastante para travar o mais belo projeto que a humanidade conhece e que colocará a igualdade, a justiça e a paz no centro dos objetivos da atividade humana, o socialismo e o comunismo, a sociedade nova, a que o futuro pertence”.

Vincando que “o PCP conta, e conta muito”, Paulo Raimundo assinalou que para atingir estes objetivos conta também com “os dois mil novos militantes que aderiram ao partido desde o início do ano passado e com os milhares que serão membros do partido nos próximos anos”.

“[O PCP] Conta na vida de todos os dias, conta na luta de todos os dias, conta, e cada vez é mais necessário, aos trabalhadores, ao povo e ao país”, rematou.

No final da sua intervenção, Paulo Raimundo e Jerónimo de Sousa deram as mãos em conjunto e deram um novo abraço perante uma plateia de punhos erguidos e bandeiras no ar. No final, tal como acontece nos congressos do PCP, foram cantados os hinos comunistas "Avante, Camarada" e "A Internacional", encerrando com o Hino Nacional.


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