Açoriano Oriental
Açores/Governo
PS diz que não há tempo para passividade e vitimização

A deputada do PS/Açores Andreia Cardoso disse que o partido vai assumir a "responsabilidade acrescida” de ter sido o mais votado nas últimas eleições e defendeu que o novo executivo não tem tempo para "passividade" e "vitimização".

PS diz que não há tempo para passividade e vitimização

Autor: Lusa/AO Online

"Não há tempo para passividade, experimentalismo e muito menos para vitimização, desresponsabilização ou catastrofismo", considerou a socialista, falando na Assembleia Legislativa Regional, na cidade da Horta, no primeiro de três dias de debate do Programa do novo Governo dos Açores, formado por PSD, CDS e PPM.

Para a vice-presidente do grupo parlamentar do PS, "exige-se rapidez" do executivo "na análise dos desafios e prontidão nas soluções", até porque "as famílias e as empresas não podem esperar".

Depois, Andreia Cardoso questionou diretamente o executivo: "Em que medida este é o programa de um Governo que se diz transformista e que dedica quatro páginas e meia, 763 palavras, a detalhar medidas na área do Desporto, mas que dedica apenas duas linhas, repito, duas linhas, à política regional de saúde mental?".

E prosseguiu: "De que forma este é o programa de um Governo que se diz personalista, que afirma que as pessoas estão primeiro, mas cria mais conselhos, mais comissões, mais observatórios, mais estruturas do que o número de vezes que surgem, neste texto todo, a palavra mulher ou a palavra criança?"

Num comentário posterior, o deputado do PPM Paulo Estêvão definiu a intervenção da socialista como "completamente falhada", centrada em "contar as vírgulas e os parágrafos" do Programa de Governo.

O monárquico sublinhou ainda que teve "muitos anos de combate" às políticas do PS, acrescentando que compete à nova maioria de Governo e do parlamento "concretizar" a "mudança" pedida pelos açorianos e "combater as desigualdades sociais", gerar "melhores resultados na educação e saúde", entre várias outras matérias.

O Bloco de Esquerda, que tem dois deputados no hemiciclo açoriano, definiu como "sintomático" que, no meio de uma "profunda crise económica e social", uma das "bandeiras deste Governo seja atacar os apoios sociais, a que chama de subsidiodependência".

"Senhor presidente, como é que vai reduzir o número de beneficiários do RSI em plena crise? Essa intenção, mesmo que não seja para cumprir, como parece, é de uma profunda insensibilidade social. É um ataque aos pobres e uma cedência à extrema-direita", considerou o líder do BE nos Açores, António Lima, dirigindo-se ao chefe do executivo regional, José Manuel Bolieiro (PSD).

O Chega, que teve também dois parlamentares eleitos no sufrágio de 25 de outubro, lamenta que tenha sido criticado por alegadamente "atacar os pobres", o que, diz o deputado José Pacheco, não corresponde à verdade.

"Queremos a dignificação do ser humano, queremos que as pessoas vivam bem. E nos açores não se vive bem. Nem a classe média vive bem, vive no limiar da pobreza. A dignidade humana tem de estar acima de tudo e qualquer coisa", declarou o dirigente do Chega nos Açores.

Já o PAN, pelo deputado único, Pedro Neves, diz que escolheu, na atual composição parlamentar, ser "vigilante e fiscalizador" do executivo e irá pautar a sua atuação "contribuindo" para a "qualidade de vida de cada cidadão e para o desenvolvimento progressista" dos Açores.

Nuno Barata, parlamentar da Iniciativa Liberal, defendeu, por seu turno, que a sua presença parlamentar representará a introdução de "medidas e debate" em prol dos açorianos, sinalizando a prioridade que tem de ser dada ao "choque fiscal" na região, com a redução de impostos para famílias e empresas.

Pelo PSD, o deputado João Bruto da Costa sublinhou o compromisso da sua bancada em, "com entusiasmo e expectativa, diligente e exigente, mas também cooperante e empenhado", observar o cumprimento até final da legislatura do Programa de Governo em debate esta semana no parlamento açoriano.

Catarina Cabeceiras, do CDS-PP, garantiu "empenho" na "procura de melhores soluções para os Açores", acrescentando que o debate desta semana é "muito mais" que a análise de um documento, antes albergando as "linhas mestras" de orientação do executivo para os próximos anos.

O novo Governo Regional dos Açores, liderado por José Manuel Bolieiro, do PSD, tomou posse no final de novembro na Assembleia Legislativa da região.

Antes, havia já sido empossado o novo presidente do parlamento açoriano, o social-democrata Luís Garcia, eleito com 29 votos, o necessário para a maioria absoluta no hemiciclo.

O Programa do novo Governo dos Açores, que tem Artur Lima como vice-presidente, reconhece que a região "vive uma situação económica e social delicada" e admite que a pandemia agravou "debilidades" nesses dois campos.

De acordo com o Governo Regional, formado por PSD, CDS e PPM, "a estabilidade política decorrente de uma maioria plural no plano parlamentar tem de traduzir-se numa governação que permita aos Açores terem ganhos substanciais em relação aos indicadores médios da União Europeia, e uma diminuição do peso do Estado e da região na economia e na sociedade".


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados