Açoriano Oriental
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PS/Açores diz que Governo Regional se "afundou mais no pântano" das Agendas

O líder do PS/Açores acusou o presidente do Governo Regional de se “afundar no pântano das Agendas Mobilizadoras”, criticando-o pelo “sacrifício público” do secretário das Finanças com o cancelamento das candidaturas polémicas de empresas da região.

PS/Açores diz que Governo Regional se "afundou mais no pântano" das Agendas

Autor: Lusa/AO Online

“O Governo [de coligação PSD/CDS-PP/PPM] afunda-se cada vez mais no pântano das agendas mobilizadoras que ele próprio criou. O presidente do Governo lida mal com o escrutínio parlamentar. Ao invés de fazer uma declaração escondida nos corredores do parlamento, devia tê-la feito na sala do plenário, com os representantes do povo açoriano, como aliás teve vastas oportunidades para fazer esta semana”, disse Vasco Cordeiro.

O ex-presidente do Governo Regional dos Açores falava aos jornalistas na Assembleia Legislativa Regional, pouco depois de o atual líder do executivo ter anunciado que as candidaturas de empresas a 117 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vão começar do zero, com a garantia do ministro do Planeamento do Governo da República de que não se perde um cêntimo.

As críticas à forma como o Governo açoriano se envolveu nas candidaturas àquela verba marcaram o debate de terça-feira no parlamento regional, porque a iniciativa terá deixado de fora grande parte dos empresários do arquipélago, que alegam não terem tido conhecimento do processo.

A decisão de fazer o processo voltar ao zero foi justificada pelo líder do executivo, José Manuel Bolieiro, com a intenção de acabar com as suspeições sobre o Governo dos Açores e as empresas da região que se mobilizaram para o concurso de ideias lançado pela República em julho.

Para Vasco Cordeiro, “quem lançou um manto de suspeição sobre o processo e sobre as empresas privadas foi o Governo, pela forma desastrada como geriu o assunto”.

O presidente do PS/Açores destacou ainda a “desautorização pública profundamente constrangedora” feita por Bolieiro ao seu secretário regional das Finanças, Joaquim Bastos e Silva.

“Se o secretario regional [das Finanças] saiu ferido do debate de terça-feira, o presidente do Governo acaba de lhe dar o golpe de misericórdia, demonstrando publicamente que ele agiu mal neste processo”, frisou Vasco Cordeiro.

Questionado sobre se Bastos e Silva devia ser demitido, o socialista disse que “a resposta deu-a hoje o presidente do Governo”.

Cordeiro reconheceu que Bolieiro não demitiu o secretário Regional, mas considera que, “na prática", o "sacrificou na praça pública”.

Quanto à proposta de criação de uma comissão de inquérito sobre o assunto, apresentada hoje na Assembleia Legislativa Regional dos Açores (ALRA) por deputados do PS, do BE, da IL e do PAN, Cordeiro diz que, “do ponto de vista político, ainda faz mais sentido”.

“Ao contrário do que pretende o presidente do Governo, que é centrar as atenções no secretário das Finanças, o que ele fez aprovar é que as decisões políticas e estratégicas são tomadas pelo Conselho do Governo”, alertou o deputado socialista.

Para o líder do PS/Açores, persiste “uma nebulosa em que não se percebe quem, do ponto de vista do Governo, tomou as decisões”.

“É um assunto demasiado importante para ficar desta forma”, notou.

Vasco Cordeiro defendeu que o processo de contacto com as empresas “deve ser retomado rapidamente” pelo Governo.

“Não há um minuto, um segundo a perder. Devia o Governo, já na próxima semana, iniciar uma ronda de esclarecimento a todas as empresas dos Açores e tentar que o máximo de empresas pudesse aceder a estes fundos”, defendeu.

Para Vasco Cordeiro, o Governo Regional “tem a responsabilidade de esclarecer, de mobilizar, de dar conta às empresas açorianas das oportunidades presentes nestes fundos”.


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