O candidato, de 54 anos, professor do departamento de Biologia da Universidade dos Açores, defendeu, em declarações à agência Lusa, a necessidade de aproximar o conhecimento científico das decisões de políticas públicas.

“Vamos construir um pouco a campanha e o programa em torno das questões da sustentabilidade e do modelo de desenvolvimento dos Açores, que achamos que tem muitas deficiências, quer ao nível energético, como até nos modos de produção primária e pescas”, disse José Azevedo, que é também um dos coordenadores do núcleo do Livre nos Açores.

É a primeira vez que o Livre, fundado em 2014, concorre a eleições regionais nos Açores, tendo José Azevedo frisado que o partido vai procurar apresentar "uma proposta política diferente", de forma "a poder mobilizar pessoas” para combater a "elevada abstenção" nos atos eleitorais na região.

“Estamos a apostar muito nesta estratégia e convictos de que vamos conseguir eleger deputados por São Miguel e pelo Pico, os dois círculos eleitorais por onde concorre o LIVRE”, disse o candidato, acrescentando que a mensagem do partido "será muito assente na ecologia e na sustentabilidade", dois dos pilares da força partidária.

No caso de São Miguel, o cabeça de lista disse que as questões relacionadas com a agricultura constituem também uma preocupação, alegando que se adotou "um caminho que é claramente insustentável".

"O caminho de produzir em quantidade é um caminho que economicamente está a demonstrar que é desastroso. Veja-se o que está a acontecer com a produção leiteira e a situação dramática em que estão muitos produtores, mas é também uma situação desastrosa do ponto de vista ambiental", alertou, afirmando que "é preciso colocar os Açores num caminho que torne" o arquipélago "uma região de referência no contexto Europeu".

José Azevedo disse, ainda, que a escolha dos candidatos pelas ilhas de Sâo Miguel e Pico resultou de um processo "de primárias abertas”, cujas eleições decorreram por via eletrónica de 10 a 13 de julho.

A apresentação dos candidatos do Livre decorre sexta-feira pelas 18:30 locais (mais uma hora em Lisboa), no Complexo Cientifico da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada.

Nos Açores, onde o PS governa há 20 anos, há nove círculos eleitorais, coincidentes com cada uma das ilhas, e um círculo regional de compensação.