Autor: Lusa/Açoriano Oriental
"A veterinária foi colocada na ilha do Corvo na sequência de um concurso em que concorreram três médicos. E agora qual não é o nosso espanto quando, afinal, a médica veterinária não desempenha funções de forma permanente na ilha do Corvo, porque não reside na ilha, pois reside nas Flores?", disse o líder do PPM, Paulo Estêvão, deputado na Assembleia Legislativa regional.
O parlamentar falava numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, onde alertou para "o gravíssimo precedente que representa o não exercício de funções, de forma permanente, da médica veterinária" na mais pequena ilha dos Açores.
Salientando que a ausência de um veterinário no Corvo se arrastava "desde 2015", o deputado referiu que, após "a apresentação na legislatura passada de um projeto de resolução do PPM, a questão ficou resolvida", mas agora a médica "não está a desempenhar funções na ilha", porque "não tinha casa, algo que pura e simplesmente não é verdade".
"Existe oferta de casas, as casas podem é não ter as condições que a médica quer, mas isto é um problema que afeta todos os funcionários públicos na ilha, os professores e também diversas entidades, e também os privados", referiu Paulo Estêvão, afirmando que "alguns professores" conseguiram residência no Corvo "depois de a médica veterinária ter sido colocada".
O deputado, que vai entregar "até final do mês" uma queixa junto dos tribunais, alega que se trata de uma situação "ilegal com a conivência vergonhosa do Governo Regional", do PS.
"Há aqui uma situação e um precedente gravíssimo, porque a partir de agora qualquer funcionário público que seja colocado na ilha do Corvo, não goste da residência e peça uma autorização ao governo, o governo autoriza", sustentou, notando que o executivo "tem imóveis na ilha em estado de degradação acentuada e não os recuperou para responder a estas situações".
O secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, referiu à Lusa que a situação "está ultrapassada" e que já foi encontrado alojamento para a médica.
"O governo, em colaboração com a câmara e com a Associação de Agricultores, está há muito tempo empenhado em encontrar uma solução e só agora foi possível", declarou, explicando que na terça-feira a veterinária "conseguiu garantir uma habitação, ainda que provisória, porque não corresponde às expectativas que ela tem e que são, naturalmente, legítimas".
Insistindo que a "situação está ultrapassada", João Ponte frisou que o executivo tratou deste processo sempre tendo em vista "o interesse público e o interesse das populações da ilha".