Açoriano Oriental
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PCTP/MRPP defende reforço de fiscalização do mar
A cabeça de lista do PCTP/MRPP pela ilha Terceira às eleições legislativas regionais dos Açores de 16 de outubro, Ludovina Gomes, reivindicou hoje maior fiscalização da zona marítima e mais direitos para os pescadores.

Autor: Lusa/AO Online

 

"Precisamos ter meios marítimos e aéreos para patrulhar a nossa zona marítima", salientou, defendendo ainda contratos de trabalho para os pescadores, a aplicação de um horário de trabalho semanal de 35 horas e a criação de uma escola para pescadores.

A candidata do PCTP/MRPP falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma ação de campanha junto dos pescadores do Porto de São Mateus, na ilha Terceira.

Segundo Ludovina Gomes, o Governo Regional tem de exigir meios ao Governo central, para permitir uma maior fiscalização da zona marítima dos Açores.

"Os barcos espanhóis vêm para as nossas zonas, junto à nossa costa, apanham o nosso peixe miúdo, fazem o seu engodo para lançar ao mar e apanham o nosso peixe. Os nossos pescadores quando vêm não têm peixe já", sublinhou.

Os candidatos do PCTP/MRPP ouviram dos pescadores queixas sobre a redução da quota do goraz, que caiu para metade nos últimos quatro anos.

"A pesca está de mal a pior. As políticas que estão-se a manter nos nossos Açores não são ideais”, salientou Raul Ficher, um dos maiores armadores do Porto de São Mateus.

Raul Ficher disse que os pescadores "estão descontentes" e acusou o atual secretário regional do Mar de não ouvir as queixas de quem trabalha no setor.

"Se ele não faz o seu trabalho de casa, só tem uma coisa a fazer: é demitir-se e dar o seu lugar a quem tem capacidade de exercer o cargo", disse.

Já o cabeça de lista do PCTP/MRPP por São Miguel, Pedro Leite Pacheco, que também participou na ação de campanha na ilha Terceira, criticou a "entrega de gestão" dos recursos marinhos ao Governo da República.

"Estamos a assistir continuadamente nestes 40 anos a uma alienação dos nossos recursos e da gestão desses recursos e o resultado está à vista, no empobrecimento", frisou.

O candidato do PCTP/MRPP disse que os Açores precisam de um "novo rumo" para combater a "desigualdade crescente" entre as ilhas, alegando que há uma concentração de recursos na ilha de São Miguel.

"Assistimos aqui na região a uma situação extremamente desequilibrada na relação das ilhas umas com as outras. O PCTP/MRPP defende uma mudança estatutária a esse nível. Deve haver um conselho político de ilha", apontou.

Em campanha na ilha Terceira, o candidato do PCTP/MRPP considerou que a base das Lajes deve ser um polo de desenvolvimento regional e nacional, defendendo a saída da Força Aérea norte-americana da infraestrutura.

"Não se devia por sequer a questão de reequacionar o acordo. O acordo deve pura e simplesmente ser anulado", salientou, referindo-se ao Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos.

Depois do contacto com os pescadores em São Mateus, os candidatos do PCTP/MRPP seguiram para o campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, para propor que a sede da academia açoriana passe a ser na ilha Terceira.

Para a votação de dia 16 estão inscritos 228.160 eleitores que vão escolher os 57 deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores para os próximos quatro anos.

Treze forças políticas apresentam-se a votos, mas nem todas concorrem nos dez círculos eleitorais.

Nas últimas eleições regionais, realizadas a 14 de outubro de 2012, o PS venceu com maioria absoluta e elegeu 31 deputados, seguido de PSD com 20 mandatos e do CDS-PP com três. BE, CDU e PPM elegeram um parlamentar cada.

 

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