Parisienses regressam hoje a uma "vida mais normal" com comércios abertos

Uma nova fase do confinamento “ligeiro” começa este sábado em França com a reabertura de todos os comércios considerados não essenciais e os franceses voltaram à rua para regressar à vida normal e apoiar os comerciantes.



"Tinha saudades de fazer compras e ter uma vida mais normal. Este confinamento custou-me bastante, não saber bem o que é que se podia fazer ou não. No primeiro confinamento estava tudo fechado, portanto sabíamos que não havia nada a fazer", disse à agência Lusa Katia, que esta manhã veio aos Campos Elísios fazer compras.

Na conhecida avenida parisiense as lojas ultimavam esta manhã a reabertura, com novos percursos para evitar que os clientes se cruzem e reforço do pessoal de segurança que tem como missão relembrar o protocolo sanitário e também contar o número de pessoas no interior de cada loja.

No entanto, e apesar de um mês de encerramento, faltavam clientes. Sarah e Lina, duas irmãs que se aventuraram a visitar uma reputada loja de produtos de beleza pensam que as multidões vão chegar a partir da tarde.

"Vai haver muita gente na rua esta tarde, por isso é que viemos cedo para a abertura das lojas. Queríamos evitar as multidões. Quem ficou confinado vai querer recomeçar a viver", disse Lina, que vive na região parisiense.

O cenário era diferente no Faubourg Saint-Antoine, uma zona com muitos comércios locais junto à Bastilha. Algumas lojas, mais pequenas em dimensão que nos Campos Elísios, tinham filas para entrar.

A livraria L'Arbre à Lettres, situada nesta rua, ainda não tinha fila, mas o proprietário mostrava-se satisfeito com a afluência.

"A manhã está a correr bem e os nossos clientes estão de regresso após um mês de encerramento. As pessoas estão contentes de voltar aos seus comércios", disse à Lusa Michel Stievenard, dono da livraria.

Um regresso confirmado por Sandrine. "Era importante vir hoje para apoiar os comerciantes, que estão a sofrer, e fazer as minhas compras nas lojas em vez de optar pela internet", assegurou esta habitante do 4.º bairro de Paris.

Em período de Natal normal, a livraria L'Arbre à Lettres pode ter até mais de 100 clientes ao mesmo tempo. Com as novas restrições que ditam que tem de haver 8 metros quadrados para cada cliente, a livraria acolhe apenas 25. Um número limitado que não ajuda o volume de negócios da livraria.

"O Natal ainda não está ganho para nós porque temos a limitação do número de pessoas na loja e vai ser difícil fazer o mesmo volume de negócios que o ano passado. Mas estamos contentes de poder continuar a trabalhar", indicou Michel Stievenard.

Algumas portas ao lado, os restaurantes e bares continuam fechados, com possibilidade de abrir talvez em janeiro. Uma data "longínqua" para clientes e para os próprios negócios.

"Nos restaurantes, para comer, temos de retirar as máscaras, mas acho injusto eles continuarem fechados. Talvez dar mais espaço entre as mesas, limitando o número de pessoas. O 15 de janeiro parece uma data verdadeiramente longínqua para a reabertura", disse Sandrine, que receia que em janeiro muitos destes negócios nem voltem a reabrir.

Com a ‘Black Friday’ adiada para o dia 04 de dezembro no país, os comércios tentam agora atrair clientes com descontos e ofertas promocionais e, sobretudo, tentar compensar os meses de encerramento durante os dois confinamentos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.433.378 mortos resultantes de mais de 60,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A França, com quase 2,2 milhões de casos (51.914 mortos), é o quarto país do mundo em número de infetados, depois de EUA, Índia e Brasil, seguindo-se a Rússia (mais de 2,2 milhões de casos, 39.068 mortos), a Espanha (mais de 1,6 milhões de casos, 44.668 mortos) e a Itália (mais de 1,5 milhões de casos, 53.667 mortos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


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João Dâmaso Moniz é diretor-geral da Escola Profissional da Ribeira Grande. Foi neste contexto que liderou a lista única, com várias escolas, candidata à Associação de Escolas Profissionais dos Açores, tendo sido eleito presidente da direção da AEPA no passado dia 12 de dezembro para os próximos três anos. Em entrevista ao Açoriano Oriental, João Dâmaso Moniz fala dos desafios que se colocam atualmente ao ensino profissional nos Açores.