Em entrevista à Lusa, António Arnault questionou a “dignidade da função” de médico dos profissionais que são colocados nos hospitais públicos por empresas que vendem serviços médicos como poderiam fornecer os préstimos de “canalizadores”.
“Os médicos estão a degradar-se”, denunciou, considerando que a culpa não é dos clínicos, mas sim de “um conjunto de circunstâncias”, com o qual os sucessivos governos têm sido “coniventes”.
António Arnault, que é o autor da lei que criou o SNS, através do decreto-lei 56/79, quando era ministro dos Assuntos Sociais, com a tutela da pasta da Saúde, responsabiliza o ex-ministro da Saúde António Correia de Campos de dar “a machadada final” no sistema, ao “acabar com as carreiras médicas”.
“Sem a segurança de uma carreira no Estado, os médicos perderam a sua estabilidade funcional”, disse.
Esta situação, que se aliou à redução da “formação” de médicos, que resultou nos números clausus, veio “esvaziar o SNS de massa humana”, prosseguiu.
Para António Arnault, a saúde está em coma, mas “ainda é possível fazer alguma coisa”.
A solução passa, na sua opinião, por três respostas da tutela: restabelecimento das carreiras médicas, remuneração condigna e condições de trabalho.
O socialista está convicto de que, “se tiverem condições”, os médicos “regressarão ao SNS”.
Política de saúde
"Pai" do SNS acusa médicos que trabalham para empresas de "falta de dignidade"
António Arnault, autor da lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (SNS), está preocupado com o estado “comatoso” em que se encontra a Saúde em Portugal e acusa os médicos que trabalham através de empresas de “falta de dignidade”.
Autor: Lusa/AO online
