Fevereiro de 2022 é a nova data para a conclusão das
obras no novo estádio do Clube Desportivo de Rabo de Peixe. Uma obra
iniciada a 10 de janeiro de 2018 e que, quase quatro anos volvidos,
continua sem estar finalizada, para desespero dos “pescadores”.
E se o
recinto desportivo propriamente dito já está pronto e aprovado pelas
instâncias responsáveis, o que está a atrasar a entrega da obra
prende-se com a zona envolvente, como explica o presidente da Câmara
Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio.
“Neste momento,
estão a decorrer os trabalhos finais. Toda a logística do campo está
finalizada, tendo o sintético até já recebido a certificação da FIFA
para ser palco de competições oficiais. O que está em causa prende-se
com as obras de infraestruturas da zona envolvente, nomeadamente o novo
arruamento que estamos a criar e toda a estrutura elétrica”.
De
acordo com o edil social-democrata, os constrangimentos vividos nos
últimos meses na cadeia de abastecimento tem atrasado a obra,
nomeadamente a chegada do material elétrico.
Por isso, diz Alexandre
Gaudêncio, a autarquia ribeira-grandense já recebeu da parte do
empreiteiro, a empresa de construção Caetano & Medeiros, “a
prorrogação do prazo de entrega até final de fevereiro de 2022”.
Segundo apurou o Açoriano Oriental, este já é o terceiro pedido de prorrogação solicitado pela empresa.
“Trata-se
de uma situação lamentável mas que ninguém estava à espera, pois tem a
ver com o transporte de mercadorias. Para que se perceba, todo o
material elétrico das infraestruturas internas pura e simplesmente não
existe no mercado”, assinala, reconhecendo, no entanto, que a
adjudicação da obra já foi feita “há algum tempo”.
Obra arrasta-se há quase quatro anos
Foi a 9 de abril de 2016 que o Desportivo de Rabo de Peixe jogou pela
última vez no Campo do Bom Jesus. A goleada sofrida (4-1, diante do
Sporting de Guadalupe), no sexto e último jogo da Fase de Apuramento de
Campeão do Campeonato de Futebol dos Açores ditou o último encontro em
que o clube jogou sem ser em casa emprestada.
Desde então, o emblema
de Rabo de Peixe tem andado com a casa às costas, dividido pelos vários
recintos desportivos do concelho: Campo José da Silva Calisto, na
freguesia do Pico da Pedra, Campo de Jogos da Maia e o Municipal da
Ribeira Grande, onde atua a equipa sénior.
Na principal
infraestrutura desportiva do concelho, o Desportivo de Rabo de Peixe
alcançou alguns dos seus maiores feitos, como a conquista do Regional e
inédita ascensão aos campeonatos nacionais.
Dividindo o campo com o
Sporting Ideal e,mais recentemente, o Benfica Águia, o clube não se
cansa de reivindicar um espaço próprio. Recentemente, o treinador
Francisco Agatão lamentou que a equipa sénior treine em meio campo, por
ter de partilhar o relvado com os seniores do Benfica Águia.
Obra iniciada em 2018
O
processo do estádio do Desportivo de Rabo de Peixe iniciou-se com a
venda dos terrenos do Campo do Bom Jesus à COFACO, em maio de 2016, por
450 mil euros. Em setembro de 2017, Gaudêncio anunciou o arranque das
obras para janeiro seguinte.
O trabalho de terraplanagem começou, de
facto, no início de 2018, mas foi sol de pouca dura, pois no final do
ano, a autarquia informava que “inscreveu 1,8 milhões de euros (ME) no
orçamento de 2019 para fazer face ao projeto completo (campo, balneários
e zona circundante), com o lançamento do concurso público para a
empreitada marcado para o início do ano e a partir daí segue os trâmites
normais”.
Os trabalhos só foram retomados em abril de 2020, após a adjudicação da obra à empresa Caetano & Medeiros, por 1,8 ME.
Instalado
num terreno com 1.600 m2 na zona das Courelas, junto à escola Ruy
Galvão de Carvalho, o novo campo de jogos terá uma bancada com
capacidade para cerca de 2.500 pessoas e um parque de estacionamento
para 75 viaturas. Além dos respetivos balneários para as equipas e
árbitros, zona de arrecadação, e uma área para funcionamento da sede
social do clube, gabinete médico, ginásio e lavandaria.