Açoriano Oriental
Nordeste pede “regime de exceção” nos programas ocupacionais

Durante a sessão solene do aniversário do Concelho do Nordeste, o presidente da Câmara, António Miguel Soares, pediu uma “alteração da legislação regional relativamente aos programas ocupacionais” para garantir “acesso ao trabalho”

Nordeste pede “regime de exceção” nos programas ocupacionais

Autor: Lusa/AO Online

O presidente da Câmara Municipal do Nordeste, António Miguel Soares, pediu ontem ao Governo Regional uma “discriminação positiva” e um “regime de exceção” para concelhos com “especificidades”, como o do Nordeste, ao nível dos programas ocupacionais, face a uma taxa de desemprego “preocupante”.

“É em alturas destas que os concelhos com as características do Nordeste devem ser olhados pelos governantes de forma diferenciada, através de uma discriminação positiva que vá ao encontro das reais necessidades das suas populações”, afirmou António Miguel Soares, no discurso que proferiu durante a sessão solene comemorativa dos 508 anos da elevação do Nordeste a Concelho.

Dirigindo-se ao Governo Regional e diretamente ao seu presidente, José Manuel Bolieiro, o autarca do Nordeste afirmou que “vivemos tempos difíceis com uma taxa de desemprego preocupante, tornando-se necessário um regime de exceção para o Nordeste, através de uma alteração da legislação regional relativamente aos programas ocupacionais, possibilitando aos trabalhadores que se encontram em situação de desemprego o acesso ao trabalho, ultrapassando as dificuldades por que atravessam e melhorando as condições de vida das suas famílias”.

António Miguel Soares  apelou mesmo no seu discurso “ao senhor presidente do Governo Regional dos Açores, Dr. José Manuel Bolieiro, que junto da sua equipa possa arranjar soluções para reverter a atual legislação regional no que se refere ao acesso aos programas ocupacionais em concelhos com as especificidades do concelho do Nordeste”.

Recorde-se que, segundo dados divulgados recentemente pelo Governo Regional, a Câmara Municipal do Nordeste era no final de junho a terceira autarquia dos Açores com mais pessoas em programas ocupacionais (132), apenas superada pelas Câmaras Municipais da Lagoa (148) e Povoação (221). 

No seu discurso, António Miguel Soares lembrou que o Nordeste “é um concelho periférico, afastado do grande centro urbano de Ponta Delgada, com especificidades muito próprias e uma economia local mais suscetível às dificuldades que a conjuntura atual pode trazer”, salientando ainda que o Nordeste “é um concelho com um tecido empresarial frágil, necessitando de políticas concretas e direcionadas à verdadeira realidade das suas empresas e dos seus empresários”.

António Miguel Soares afirmou também que o Nordeste precisa “de mão-de-obra qualificada que satisfaça as necessidades das nossas empresas”, bem como “de formação profissional que vá ao encontro das verdadeiras carências do nosso tecido empresarial”, apelando às escolas profissionais para que disponibilizem cursos técnicos “ligados às áreas da construção civil e pecuária”, sendo este, aliás, o grande motivo pelo qual  “o tecido empresarial e as instituições do Nordeste não conseguem absorver toda a mão-de-obra existente” no Concelho.

No seu discurso, António Miguel Soares afirmou ainda que o Concelho do Nordeste “trespassa as nossas barreiras geográficas, espalhando-se pelos quatro cantos do planeta através dos nossos emigrantes radicados por esse mundo fora, com especial relevância para as grandes comunidades de nordestenses a residir no Canadá e Estados Unidos da América” e referiu os dois homenageados no dia de ontem - José Maria da Rocha e António Raposo - agradecendo a estes dois homens “que pela sua dedicação, trabalho e amor a esta terra elevaram o nome do Nordeste”.

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