Eleições Legislativas 2009

"Não me vou vingar dos açorianos"

Esta era a garantia que o próprio PSD/Açores queria ouvir amplificada, dada por Manuela Ferreira Leite em discurso directo e ao vivo, sobre a manutenção da Lei das Finanças Regionais. No que, claro, aos Açores diz respeito.


E este domingo a líder nacional dos sociais democratas - que apesar das poucas horas (cerca de quatro, contando com a aterragem tardia) em Ponta Delgada, quis escolher São Miguel para “dar o pontapé de saída” na campanha oficial às eleições de 27 de Setembro -, não se fez rogada.
Isto é, usando as suas palavras, contra “boatos, exclusivamente para assustar as pessoas”.
“Aqui nos Açores, diz (o PS) que vamos alterar a Lei das Finanças Regionais; a dra. Berta Cabral, o dr. Mota Amaral já referiram que o nosso programa é claro, a dizer que não!”
Uma reafirmação da declaração feita antes aos jornalistas, após um encontro com dirigentes de associações regionais: “Não me vou vingar dos açorianos”.
Já na sala para o almoço com militantes, no mesmo hotel onde decorrera a reunião, acrescentou compreender porque é que o seu adversário socialista, José Sócrates, não “percebe” que o PSD não vá ‘mexer’ na Lei das Finanças Regionais. “Para nós, o Povo açoriano é um Povo pelo qual temos muita consideração, muita simpatia. São nossos irmãos, são portugueses. Ele não percebe porque acha que pelo facto de haver aqui um governo (PS) - escolhido pelo Povo açoriano -, é algo que nos faz não gostar das pessoas!”, considerou. Ferreira Leite garantiu que os sociais democratas gostam “de quem merece a nossa solidariedade, independentemente de quem votam, de quem elegem”.
E a propósito da votação que vai eleger um novo quadro parlamentar nacional e, consequentemente, um novo governo para o País, a candidata, por assim dizer, a primeiro-ministro de Portugal pelo PSD, advogou que com o PS não há futuro. Recorrendo a um registo pouco usual na líder social democrata, o da ironia, concedeu que Sócrates “pensa nos jovens”.
 “Lançou uma medida extraordinária que foi a abertura de uma conta poupança com 200 euros por cada criança que nasce. (...) Aquilo que ele  lhes está a deixar é uma dívida de mais de  dois mil euros por ano, para pagar até eles serem crescidos!”
Estava dado o mote para o discurso temperado de cerca de 15  minutos, como entrada no almoço com militantes. Onde também disse que água a mais não ‘cai bem’. Numa alusão ao optimismo de Sócrates com a evolução de alguns indicadores económicos, considerou que “estamos todos debaixo de água,” e não importa se é a 12 ou 13 metros de profundidade.” Não quero é morrer afogada”, exclamou Ferreira Leite para quem Sócrates ‘nada’ nestas eleições em nome “de um projecto pessoal e não pelo País”.
O cabeça de lista pelos Açores, Mota Amaral, e a líder regional do PSD, Berta Cabral, também não pouparam nas críticas à governação socialista.
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Entre 2014 e 2024, a comercialização do leite e do queijo açoriano, no seu conjunto, registou um aumento de valor de 44 por cento, passando de 190,7 milhões de euros em 2014 para os 274,6 milhões de euros registados em 2024