Açoriano Oriental
Covid-19
Nadador João Vital acusou cansaço após ter curado infeção

O nadador João Vital acusou fadiga muscular no regresso aos treinos, depois de ter estado isolado três semanas, devido a um teste com resultado positivo para o novo coronavírus, que provoca a covid-19, em setembro.


Autor: AO Online/ Lusa

“Não sentia febre nem tosse. O meu sintoma era mesmo cansaço, falta de olfato e paladar. Estive um mês parado e voltei a treinar muito devagar, ainda com as mazelas do vírus. Se ficasse em pé durante cinco minutos nos treinos, já me começavam a doer as pernas e isso não é uma coisa boa de se ver”, contou à Lusa o atleta do Sporting.

João Vital, de 22 anos, considera “muito estranho” ter sido o único membro da família infetado pela covid-19, até porque, ao invés dos pais, que “testaram logo negativo”, precisou de três testes, incluindo um inconclusivo, até ser dado como recuperado.

“Foi muito frustrante. Via outros a treinar e malta que já teve covid-19 a regressar bem, mas eu não me sentia bem quando tentei voltar. Nos últimos tempos, tenho melhorado a parte do cansaço. Acho que já não tenho mazelas, apesar de ser algo esquisito quando fico mais cansado. Fico com medo se será por causa do vírus”, admitiu o lisboeta.

O regresso competitivo aconteceu no Open do Jamor, a derradeira prova da natação lusa em 2020, entre 19 e 20 de dezembro, com João Vital a ser segundo colocado nos 200 metros costas, terceiro nos 200 bruços, quinto nos 200 mariposa e nono nos 200 livres.

“Fui lá basicamente para treinar e gostei dos indicadores. Não me senti bem em relação aos outros, mas senti-me bem face às minhas expectativas. Notei melhorias de sábado para domingo. Isso demonstra que competir regulamente pode motivar um atleta e ajuda muito na parte psicológica, sobretudo quando as coisas estão menos bem”, vincou.

Volvidos três meses depois de se curar da covid-19, o nadador do Sporting estima “faltar 25%” para reavivar a sua melhor forma, numa ambição desportiva focada em março, quando surgirão novos eventos de qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020.

“Se não tiver paragens, penso que está muito ao meu alcance. A meta é difícil, mas não posso deixar de sonhar e tenho de acreditar até ao último segundo”, frisou, esperando acompanhar Alexis Santos e Gabriel Lopes (200 metros estilos), Diana Durães e Tamila Holub (1.500 livres) e Ana Catarina Monteiro (200 mariposa) na viagem até ao Japão.

A estreia nos Jogos, adiados para o período entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021, devido à pandemia de covid-19, retribuiria a resiliência de João Vital, que só competiu por três vezes em 2020 e enfrentou o confinamento primaveril quase sem contacto com a água.

“Seria muito importante, principalmente por aquilo que trago de trás e por todo o trabalho feito até agora. O meu avô esteve em Tóquio1964 e era algo inédito na natação que o neto de um atleta conseguisse ir aos Jogos Olímpicos no mesmo sítio ao fim de 57 anos. Esse sonho motiva-me e faz-me acreditar que ainda é possível concretizá-lo”, concluiu.

Inserido numa família com três gerações vinculadas à natação, o ex-atleta de Algés e Dafundo, Belenenses e Colégio Monte Maior é neto de Herlander Felga Ribeiro, de 77 anos, nadador olímpico nos 100 metros livres em Roma1960 (37.º) e Tóquio1964 (57.º).


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados