Açoriano Oriental
Morreu Manuel Ferreira o decano dos jornalistas açorianos
O jornalista e escritor Manuel Ferreira faleceu em Ponta Delgada com 96 anos de idade. Era o decano dos jornalistas e um dos grandes escritores da açorianidade.
Morreu Manuel Ferreira o decano dos jornalistas açorianos

Autor: Rui Jorge Cabral
Manuel Ferreira nasceu em Ponta Delgada a 29 de janeiro de 1916 e ainda nos tempos do liceu desponta para o jornalismo ao fundar o “Arco Íris”.
Os tempos áureos como jornalista vive-os entre os anos de 1937 e 1975, quando foi chefe de redação, quer do Açoriano Oriental, quer do Correio dos Açores.
Funcionário municipal, Manuel Ferreira exerceu um jornalismo com fervoroso espírito autonomista, num tempo anterior à profissionalização das redações.
Depois do 25 de abril, quando começa a dedicar-se à ficção, escreve aquela que ainda hoje é a sua obra mais famosa, “O Barco e o Sonho”, um conto feito a partir de uma história verídica e desesperada de emigração de dois jovens micaelenses para os Estados Unidos da América, através de uma perigosa e quase impossível travessia do Atlântico numa pequena embarcação artesanal. “O Barco e o Sonho” viria, aliás, a ser adaptado para a televisão por José Medeiros, tendo a série da RTP-Açores com o mesmo nome ajudado a imortalizar ainda mais a obra de Manuel Ferreira.
Da sua vasta bibliografia constam ainda vários trabalhos de investigação de cariz histórico sempre tendo como pano de fundo as duas realidades que mais admirava: os Açores e a ‘sua’ cidade de Ponta Delgada. 
Recentemente, os seus livros destacaram-se em termos editoriais, através da Publiçor, com edições em formatos pouco comuns como foi o caso de uma edição gigante do seu livro ‘Açor Eterno’ ou uma miniatura de ‘O Barco e o Sonho’.
Manuel Ferreira era Comendador da Ordem de Mérito e, em 2006, recebeu a Medalha de Ouro Municipal, por ocasião dos 460 anos da cidade de Ponta Delgada, onde tem também desde 2008 uma rua com o seu nome. 
O seu funeral realiza-se domingo com missa de corpo presente às 10 horas na capela Sant’Ana, seguindo para o cemitério São Joaquim.
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