Autor: Carolina Moreira
A secretária regional da Educação, Cultura e Desporto, Sofia Ribeiro, fez ontem um balanço “francamente positivo” dos 10 anos de aplicação do programa de Mediadores para o Sucesso Escolar nos Açores, adiantando que foram intervencionados “quase 5 mil alunos”.
À margem da cerimónia de apresentação pública do projeto EPIS - Mediadores para o Sucesso Escolar, na Escola Básica Integrada dos Arrifes, Sofia Ribeiro explicou que o programa é orientado para “alunos que são sinalizados pelas escolas com graves problemas ao nível do sucesso escolar e, até mesmo, da inclusão”.
Estes alunos são “intervencionados por mediadores e, quando necessário, são retirados inclusivamente das salas de aula” com o objetivo de “se fazer um trabalho de grande proximidade e em que o próprio mediador ativa toda a rede de apoio na escola e até mesmo social para apoiar o aluno”, adianta a governante, apontando situações em que inclusive foi necessária a intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Há 10 anos que o programa se encontra implementado nos Açores
e, de acordo com a secretária regional da Educação, “os resultados têm
sido francamente positivos”.
“Tivemos a oportunidade de fazer a avaliação da década e aquilo que constatámos foi que os alunos dos Açores intervencionados pelo programa EPIS estão a ter taxas de transição melhores do que aquelas que são registadas a nível nacional. E os dados também revelam que estamos melhor que na pré-pandemia”, revelou.
Segundo o executivo, no ano letivo 2014/15, quando se iniciou o projeto na Região, os alunos do 3.º ciclo do ensino básico deste programa tinham uma taxa de transição escolar de 74,5%. Uma década depois, no ano 2023/24, a taxa aumentou para 81,1% (+6,6 pontos percentuais).
Refira-se que, quando foi implementado, o projeto EPIS
abrangia apenas alunos do 3º ciclo, tendo o Governo Regional apostado na
extensão a mais nível de ensino e escolas.
“Neste ano letivo, temos
cerca de 400 alunos a serem intervencionados em 14 escolas de cinco
ilhas. Para além de darmos continuidade a alunos que estavam no 3.º
ciclo e que transitaram para o secundário, também abrimos numa
intervenção mais precoce aos alunos do segundo ciclo”, realçou.
Questionada sobre o investimento no projeto, a secretária regional admitiu ser “fortíssimo” apesar de não avançar com valores, “principalmente numa fase em que estamos com défice de profissionais na área docente”.
“Há
obviamente um investimento financeiro porque estes professores, em vez
de estarem a dar aulas, estão alocados a este programa e é preciso ter
outros professores para fazer esta substituição. Mas, pelos resultados
da avaliação, consideramos que faz todo o sentido continuar a fazer este
investimento individualizado nesses alunos porque isso contribui
significativamente para a redução das taxas de abandono precoce de
educação e formação”, destacou.