Autor: Lusa/AO Online
Segundo o relatório hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), 22 sublinhagens da Delta foram “detetadas consecutivamente” nas últimas três semanas com análises concluídas e na semana ainda com dados provisórios.
O INSA ressalva que a discriminação das sublinhagens, que têm o prefixo “Y”, não indica que apresentem maior transmissibilidade do vírus, associação a doença severa ou maior capacidade de evasão ao sistema imunitário.
Relativamente à AY.4.2, a que tem suscitado particular interesse na comunidade científica internacional devido à sua crescente prevalência no Reino Unido, o relatório adianta que, após várias semanas com frequências reduzidas, verificou-se um “aumento da circulação desta sublinhagem” nas semanas entre 18 e 24 e 25 e 31 de outubro, representando 1,8% e 3,2% das amostras a nível nacional.
“Contudo, é de notar que os casos detetados nesse período foram exclusivamente no Algarve (16 casos) e na Madeira (três casos)”, refere o INSA, ao explicar que esta sublinhagem apresenta duas mutações adicionais na proteína `spike´ do vírus, responsável pela ligação e entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas.
Foram detetadas até à data 28 casos associados a esta sublinhagem em Portugal, os quais representam várias introduções independentes no país.
As 10.943 sequências da Delta analisadas pelo INSA dividem-se em mais de 40 sublinhagens.
De acordo com o instituto, entre 11 e 24 de outubro, a variante Delta continuou a ser dominante em todo o país, não tendo sido detetados casos da Gamma desde setembro e da Beta desde julho.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2, foram já analisadas 20.424 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e outras instituições, representando 303 concelhos de Portugal.
Em junho, o instituto anunciou um reforço da vigilância das variantes do vírus que causa Covid-19 em circulação em Portugal, através da sua monitorização em contínuo.
Segundo o INSA, esta estratégia permitiu uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados são analisados continuamente, deixando de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados, essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela saúde pública.