Autor: Lusa/AO Online
"Percebe-se bem que se está a tecer o Orçamento do Estado para o próximo ano", que "tem o risco de conter novos aumentos de impostos, com o acordo do PS e do PSD" e "o agravamento das dificuldades das famílias", disse Francisco Louçã aos jornalistas, em Beja, à margem da sua intervenção num comício do Bloco de Esquerda evocativo do centenário da República.
Na sua intervenção, Francisco Louçã disse que, como há cem anos, "a República hoje não pode conviver com qualquer política que assente no subterfúgio, no engano, na mentira, na demagogia, no populismo, no arranjismo, nesta forma de acertar a orientação do país através do acordo de partidos para aumentar os impostos depois de terem prometido o contrário".
Segundo Francisco Louçã, um novo aumento de impostos "significa um país mais pobre, com mais dificuldades" e "quanto maiores são os sacrifícios, mais sacrifícios são exigidos e pior é a situação que exige mais sacrifícios".
Ou seja, "estamos numa espécie de círculo vicioso das políticas económicas", lamentou, frisando que "o ajustamento do défice está a prejudicar a vida social em Portugal e, ao mesmo tempo, não está a relançar a economia".
"A política do Programa de Estabilidade e Crescimento conduziu a um aumento de impostos, ao mesmo tempo que há um aumento do endividamento e com uma corrida aos juros dos empréstimos, que vai agravando as dificuldades estruturais da economia portuguesa", realçou.
"É difícil cumprir as metas do défice se a economia portuguesa não recuperar e não criar emprego", afirmou Francisco Louçã, defendendo que "a chave da alteração da economia portuguesa e o problema fundamental é criar emprego".