Autor: Lusa/AO Online
O antigo ciclista, que há um ano lidera a FPC, reiterou os pressupostos apresentados na segunda-feira no anúncio da rescisão, com efeitos imediatos, do contrato de concessão para a organização e exploração comercial da Volta a Portugal em bicicleta, celebrado em 2017 com a empresa Podium Events.
“O comunicado é aquilo que é, efetivamente é por falta de cumprimento do contrato, por ordem financeira. É um montante elevado. E como instituição não poderia… porque isto torna-se insustentável”, começou por dizer Cândido Barbosa, sem revelar o montante em atraso.
Na segunda-feira, a FPC dava conta do “incumprimento reiterado das obrigações contratuais e de pagamento por parte da Podium Events”, devido a uma “situação que se agravou ao longo do último ano, apesar das várias tentativas de resolução amigável promovidas pela FPC”.
“Ao fim de vários meses de negociação, achámos que não havia mais forma de mantermos um contrato que se torna completamente insustentável, porque esta casa tem uma direção, tem uma Assembleia Geral e reporta contas”, vincou.
Exemplo disso foram as dificuldades que a FPC enfrentou recentemente, como recordou Cândido Barbosa: “Eu, há duas semanas, tive de recorrer à banca para pagar a gestão corrente da FPC”.
“É insustentável mantermos uma casa como esta, quando temos um parceiro que se vai arrastando ao longo dos anos, estamos a ficar com algumas dificuldades de gestão e há meio ano que andamos nisto”, lamentou.
O contrato incluía também a organização da Volta ao Alentejo e da Volta a Portugal do Futuro, cuja responsabilidade passa, agora, para a FPC.
“Há uma garantia neste momento, é que a única entidade organizadora e com a responsabilidade de organizar a Volta a Portugal, a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro é a FPC. Essa é hoje a única verdade. A entidade organizadora é da responsabilidade da FPC. Vamos estudar um modelo de negócio para não corrermos os riscos que corremos até hoje. Este fim de contrato não foi um fim prematuro, foi um fim tardio, porque nós estamos em negociações com a Podium há meio ano”, rematou.
Na terça-feira, a Podium Events acusou a FPC de “falta de decoro e lealdade”, dizendo ter tomado conhecimento do término antecipado do contrato de concessão da Volta a Portugal através de patrocinadores.
A empresa diz não reconhecer a “alegada dívida” que lhe é imputada pelo organismo presidido por Cândido Barbosa, “por carecer de base factual adequada, e de validação conjunta”, nem qualquer fundamento jurídico ou contratual que “legitime a pretensão” da resolução do contrato de organização e exploração comercial da Volta, assumindo recorrer “a todos os meios ao seu dispor para assegurar a defesa integral dos seus direitos e legítimos interesses”.