Açoriano Oriental
Dakar2023
Hélder Rodrigues regressa à competição mas nas quatro rodas

O regresso do piloto Hélder Rodrigues (Can-Am) à competição seis anos após a última presença no rali Dakar de todo-o-terreno e é o principal destaque entre a armada lusa na 45.ª edição da prova, que arranca no sábado, na Arábia Saudita.

Hélder Rodrigues regressa à competição mas nas quatro rodas

Autor: Lusa/AO Online

Com 11 participações no palmarés em motas, entre 2006 e 2017 (a edição de 2008 foi cancelada devido a uma ameaça terrorista) e 10 resultados entre os 10 primeiros (em 2015 foi 12.º), o piloto de Sintra é um dos mais cotados representantes nacionais em prova.

No entanto, desta vez participa em quatro rodas pela primeira vez, na categoria T3, a dos SSV, para protótipos (a T4 é para veículos derivados de série).

“Tudo se conjugou para que a decisão fosse fácil. O Gonçalo [Reis] estava preparado para ser navegador, a equipa South Racing fica à beira de minha casa e há muitas corridas em Portugal para poder treinar”, explicou o piloto natural de Sintra antes da partida para o Dakar.

Prestes a completar 44 anos, Hélder Rodrigues conta no palmarés com dois pódios na prova (2011 e 2012, anos em que foi terceiro classificado nas duas rodas), o triunfo na Taça do Mundo de todo-o-terreno em 2011 e uma vitória na classe de 125cc nos Seis Dias Internacionais de Enduro de 2003, por Portugal.

No Dakar, soma oito vitórias em etapas, além de ter ajudado a Honda, juntamente com Ruben Faria, no papel de diretor, a vencer a prova em 2020 e 2021.

“Estou feliz por estar de novo em competição no Dakar. A primeira vez nas quatro rodas será um grande desafio para mim, depois de tantos anos nas duas rodas”, frisou o sintrense, antes da partida para a Arábia Saudita, onde começa a prova se disputa pelo quarto ano consecutivo.

Os SSV são “uma categoria muito forte e competitiva, com muitos pilotos e marcas”, mas o seu objetivo é “fazer um bom resultado à geral”.

“Estou integrado na South Racing, que venceu cinco vezes a prova. A oficina da equipa é a dois quilómetros de minha casa. É tudo feito em Portugal. Sou piloto semioficial. Vou com todas as condições em termos de trabalho e de material. As ajudas não são muitas, mas o projeto ainda está a começar”, explicou.

Hélder Rodrigues é um dos 17 pilotos de origem portuguesa a participarem na 45.ª edição do rali, entre motas, carros e camiões.

Nas duas rodas competem Rui Gonçalves (Sherco), Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), António Maio (Yamaha), Mário Patrão (KTM) e o luso-germânico Sebastian Buhler (Hero).

Nos automóveis participam os navegadores Paulo Fiúza (co-piloto do lituano Vaidotas Zala, num Hunter), e José Marques (navegador do lituano Gintas Petrus, num Chevrolet).

Nos SSV, para além da dupla Hélder Rodrigues/Gonçalo Reis (BRP Can-Am), participam ainda o campeão nacional de todo-o-terreno em automóveis, João Ferreira, que será navegado por Filipe Palmeiro (Yamaha), para além de Ricardo Porém, navegado pelo espanhol Augusto Sanz (Yamaha), enquanto Paulo Oliveira (que corre com licença moçambicana) terá como copiloto o espanhol Miguel Alberty (Can-Am Maverick).

Já Pedro Bianchi Prata será o navegador do piloto brasileiro Bruno Conti de Oliveira (BRP Can-Am), e Fausto Mota, que corre com licença espanhola, navega o brasileiro Cristiano Batista (BRP Can-Am).

Nos camiões, José Martins está inscrito como piloto num Iveco do Team Boucou, com o navegador francês Jeremie Gimbre e o mecânico gaulês Eric Simonin.

Ainda nos camiões, Armando Loureiro será copiloto num MAN com o piloto francês Sebastien Fargeas e com o mecânico francês Luc Fertin.

Além de Hélder Rodrigues, António Maio parte com a ambição de ser o melhor piloto privado e melhorar o 21.º lugar conseguido em 2022.

“Estar à partida já é uma excelente vitória. Foi um ano atípico, muito bom a nível familiar, mas que me tirou algum tempo para me preparar. Mas estou bastante motivado, bem fisicamente, com o objetivo de melhorar os resultados das últimas edições. Este ano temos melhores condições”, frisou o piloto alentejano, militar da GNR.

Maio, que se sagrou campeão nacional de todo-o-terreno pela sétima vez em 2022, aproveitou o fim da equipa oficial da Yamaha para “adquirir algumas coisas, como mota e peças”.

“Há a possibilidade de dormir no camião da equipa, o que nunca tinha acontecido, e que permite descansar melhor”, explicou ainda, antes da quarta participação no rali.

Ainda nas motas, destaque também para o transmontano Rui Gonçalves, um dos homens oficiais da Sherco, que foi 24.º em 2022 e agora vai para a sua terceira participação.

A 45.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno começa no dia 31 de dezembro, em Sea Camp, terminando a 15 de janeiro, em Dammam.


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