Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz que taxas para escalas técnicas em Santa Maria são mais baixas

O vice-presidente do Governo Regional dos Açores garantiu que as taxas de aterragem, descolagem e estacionamento de aeronaves em Santa Maria são mais baixas do que no resto da região, rejeitando acusações da autarca de Vila do Porto.

Governo dos Açores diz que taxas para escalas técnicas em Santa Maria são mais baixas

Autor: Lusa/AO Online

“A presidente da câmara [de Vila do Porto], ou por ignorância, que não quero acreditar que seja, ou por estar mal informada, falta olimpicamente à verdade. A presidente sabe que, para as escalas técnicas, pagam por tonelada 1,10 euros em Santa Maria e nos restantes aeroportos, incluindo o das Lajes, são 3,64 euros”, afirmou o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo.

O Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) aprovou, na segunda-feira, num conselho de governo realizado em Santa Maria, a prorrogação por um ano da redução em 50% dos “quantitativos das taxas de tráfego, de assistência em escala e de ocupação da Aerogare Civil das Lajes”, na ilha Terceira.

A decisão motivou críticas da presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto, a socialista Bárbara Chaves, que alegou que a redução de escalas técnicas no aeroporto de Santa Maria pode pôr “em causa cerca de 20 postos de trabalho”.

“Uma das questões da ANA tem a ver com as taxas na aerogare das Lajes, que são mais reduzidas do que as nossas [em Santa Maria]. Sendo essa uma concorrência desleal, não me posso calar relativamente a essa decisão do Conselho de Governo”, apontou, na terça-feira.

O vice-presidente do executivo açoriano acusou esta quarta-feira Bárbara Chaves de confundir taxas de aterragem, descolagem e estacionamento de aeronaves com taxas de utilização da aerogare, que disse não terem “impacto em Santa Maria”.

“A senhora presidente falta à verdade. Se há concorrência desleal parece-me que é ao contrário”, acrescentou.

Artur Lima disse que as “boas notícias” levadas pelo executivo açoriano na visita estatutária a Santa Maria provocaram “azia na senhora presidente da câmara”, que reagiu “de uma forma intempestiva e sem nenhuma razão”.

Segundo o governante, que tutela a gestão da Aerogare Civil das Lajes, é a Força Aérea Portuguesa que “estabelece o preço” das taxas de descolagem, aterragem e estacionamento de aeronaves na ilha Terceira e cobra o mesmo valor praticado no aeroporto de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Artur Lima lembrou que a redução de 50% das taxas de utilização da aerogare da ilha Terceira vigora já desde 2015, devido ao impacto económico da redução militar norte-americana na Base das Lajes, e que foi implementada por um governo do PS.

“Eu era deputado [do CDS] e não votei a favor, o PSD não votou a favor, o PPM não votou a favor. Só o Partido Socialista e a [à data] senhora deputada Bárbara Chaves é que aprovaram estas taxas”, vincou.

O vice-presidente do executivo açoriano justificou a prorrogação da redução das taxas de utilização da aerogare das Lajes por mais um ano com o “cenário de aumento de inflação, de guerra na Ucrânia e de crise”, que afeta os empresários que têm lojas na infraestrutura.

Questionado sobre o facto de a autarca de Vila do Porto ter dito que o presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, se tinha comprometido a terminar com as “isenções” nas Lajes, Artur Lima acusou-a de “descortesia enorme”.

“Quem falou na reunião de câmara fui eu. Há uma falta de verdade por parte da presidente da câmara. O que o senhor presidente do governo se dispôs foi a colaborar e a ajudar a senhora presidente e o município de Vila do Porto para, junto da ANA, sensibilizá-los para a abertura do aeroporto [entre as 00h00 e as 06h00]”, afirmou.

Quanto às acusações de que o executivo açoriano baixou as taxas para “se manter no poder, porque a Aerogare das Lajes é gerida pelo vice-presidente”, o governante respondeu dizendo que o PS sempre teve “uma política de dividir para reinar”, colocando “umas ilhas contra as outras”.

“A presidente já se esqueceu de que não é deputada e continua no mesmo registo. A coligação de governo está cada vez mais coesa, mais forte e empenhada em desenvolver os Açores de ocidente a oriente”, salientou.


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