Autor: Lusa/AO Online
“Uma das soluções seria construir um muro de suporte que, na verdade, não garante a eliminação total do risco, mas que custaria cerca de 70 milhões de euros, um investimento muito significativo. Mas a solução que iria permitir uma segurança total daquele talude seria o seu reperfilamento, um investimento que se estima possa andar na ordem dos 500 milhões de euros, o que é ainda mais desproporcional, para além dos impactos ambientais”, declarou Alonso Miguel.
O secretário regional intervinha na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, reunida em plenário, na Horta, ilha do Faial, na sequência da apreciação de uma iniciativa legislativa que visava revogar o Decreto Legislativo Regional n.º 23/89/A, de 20 de novembro, mantendo-se a proibição de edificação na zona da Ponta da Fajã, concelho das Lajes das Flores.
Para o secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas, a zona continua a ser “de alto risco geológico e a suscetibilidade de movimentos de vertente é exatamente a mesma que era em 1987, aquando da ocorrência do movimento de vertente, e em 1989, aquando da aprovação do Decreto Legislativo Regional”, que impõe medidas de salvaguarda na Ponta da Fajã.
Alonso Miguel referiu que, se a decisão do parlamento for no sentido de anular a proibição de habitar no local, deve-se “quanto antes promover uma reavaliação dos movimentos de vertente naquela zona”, baseada na “cartografia de pormenor hoje existente e nas novas metodologias de análise que não existiam em 1989”.
O governante afirmou que as soluções apontadas para a Ponta da Fajã “são gigantescas em termos ambientais”, além das questões financeiras e paisagísticas.
Estimam as autoridades locais que seis famílias vivem na Ponta da Fajã Grande, um dos locais de maior risco no arquipélago, encontrando-se atualmente as casas distantes da zona onde aconteceu uma derrocada em 1987.
A Ponta da Fajã já registou duas derrocadas, a primeira das quais em setembro de 1987, tendo sido declarada como zona de alto risco, o que levou à proibição de qualquer tipo de construção naquela área.
A mais recente ocorreu em 21 de outubro de 2009, ocasião em que se registou um movimento de massa na arriba da Ponta da Fajã Grande.