Autor: Lusa/AO Online
Apesar de ainda não ter uma estimativa final do impacto do corte generalizado no abastecimento elétrico, a 28 de abril, e que nos dias seguintes obrigou a gestora das redes nacionais (REN) a cortar as importações de Espanha, o responsável não acredita que terá grandes consequências nos resultados da elétrica.
“Com base nas informações de que dispomos, não esperamos que isso tenha qualquer impacto material” nas contas, disse hoje o gestor em resposta a perguntas de analistas durante a conferência telefónica no âmbito da apresentação dos resultados do primeiro trimestre da EDP. Os lucros subiram 21%, face ao período homólogo, para 428 milhões de euros.
“Hoje, ainda não temos uma estimativa do impacto, mas provavelmente dividi-lo-ia em duas partes: o dia do apagão, em que não houve energia, e a divisão do mercado, nos dias em que não houve importações de Espanha. Mas agora já existe um fluxo de energia entre os dois países e esperamos que esta situação esteja normalizada nos próximos dias”, sustentou.
A capacidade de interligação entre Portugal e Espanha foi retomada na quinta-feira, 07 de maio, mas limitada a 1.000 MW no sentido importador pelo menos até segunda-feira, 12 de maio, segundo um aviso publicado na página da REN - Redes Energéticas Nacionais.
Desde o apagão elétrico de 28 de abril que Portugal não importava eletricidade de Espanha, medida adotada no âmbito do processo de estabilização do sistema elétrico.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, bem como uma parte do território de França.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como “excecional e grave”, e que deixou Portugal e Espanha às escuras.