Autor: Lusa/AO online
Luís Cabral falava aos jornalistas no Hospital da Horta, no final da apresentação da aplicação informática "SClínico", uma base de dados que está a ser aplicada em todo o país.
"As últimas estimativas indicam que a dívida dos hospitais anda à volta de 55 a 60 milhões de euros", referiu Luís Cabral, que garante que os pagamentos a fornecedores "tem sido feitos nos últimos meses e nas últimas semanas".
Segundo fonte da Secretaria Regional da Saúde, estes montantes referem-se a dívida direta aos fornecedores e a empréstimos contraídos para pagar aos fornecedores.
"De março até agora já foram feitos 8 milhões de euros de pagamentos a fornecedores e têm vindo a ser feitos de forma regular", insistiu o governante, admitindo, ainda assim, que possam existir alguns fornecedores "mais tempo à espera" do que outros.
Luís Cabral adiantou que ainda no decorrer deste mês o Governo Regional irá disponibilizar uma verba de cerca de 600 mil euros para ser utilizada no sentido de aproximar as datas de pagamentos dos três hospitais (Ponta Delgada, Angra e Horta).
O governante reiterou, por outro lado, que as dificuldades de pagamentos daquelas unidades de Saúde resultam do atraso na receção de cerca de 56 milhões de euros de verbas que a Região tem a receber dos subsistemas nacionais de Saúde.
"Existe uma falha grande na componente das receitas orçamentais dos hospitais, ou seja, temos um problema de tesouraria, por causa da não cobrança dos sistemas da ADSE, que são da responsabilidade do Governo da República", frisou, adiantando que se a Região recebesse esse dinheiro, estaria em condições de "saldar todas as dívidas a fornecedores".
O "SClínico" é uma aplicação informática que permite uniformizar os dados clínicos dos pacientes e que está a ser introduzida, numa primeira fase, nos Açores, apenas no Hospital da Horta, prevendo-se que durante o próximo ano seja transposta também para os hospitais de Angra e Ponta Delgada.