Açoriano Oriental
Central geotérmica deverá começar a funcionar na ilha Terceira em 2017
A Central Geotérmica do Pico Alto, na ilha Terceira, deverá entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2017, com uma potência de 3,5 megawatts (MW), afirmou hoje o secretário açoriano do Turismo e Transportes.
Central geotérmica deverá começar a funcionar na ilha Terceira em 2017

Autor: Lusa/AO Online

 

"Com a concretização deste projeto, a produção de energia renovável na ilha Terceira atingirá cerca de 30%, sendo que aproximadamente 11% terá origem geotérmica, ou seja, o equivalente a uma produção de eletricidade anual de 21 gigawatt-hora [GWh]", frisou Vítor Fraga, na cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra.

Numa primeira fase, a central terá uma potência de 3,5 MW, mas o objetivo, segundo Vítor Fraga, é atingir os 10 MW no futuro, estando já prevista uma campanha de perfuração no Pico Alto, no próximo ano, com vista à abertura de mais três furos.

"A construção da Central Geotérmica do Pico Alto representa um investimento global superior a nove milhões de euros, cerca de 30% dos quais financiados pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, no âmbito do European Economic Area Grantes - EEA, representado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega", salientou Vítor Fraga.

A obra foi adjudicada ao consórcio EXERGY S.P.A e CME S.A, por 9,18 milhões de euros, com um prazo de execução de 450 dias, tendo o concurso público internacional recebido três propostas.

"O investimento resultante do contrato entre a EDA Renováveis, o consórcio EXERGY S.P.A e a CME S.A. tem, assim, por objetivo a construção, os ensaios e a entrada em funcionamento da Central Geotérmica do Pico Alto, prevendo-se a entrada em funcionamento do grupo gerador no primeiro trimestre de 2017", frisou o governante.

Segundo o secretário regional do Turismo e Transportes, esta infraestrutura vai permitir uma diminuição anual das emissões com impacte ambiental de "cerca de 17 mil toneladas de dióxido de carbono".

"Com o início da produção de eletricidade através da nova central geotérmica, a região reforça a sua posição para que, no ano de 2019, se atinjam os valores de penetração de energias renováveis, conforme preconizado pelas orientações emanadas do Governo, na ordem dos 56% do total da produção elétrica nos Açores", salientou.

No próximo ano, o executivo estima investir 22 milhões de euros no aproveitamento geotérmico nas ilhas Terceira e São Miguel, na gestão dos sistemas hídricos e nos parques eólicos, "prevendo-se que a taxa de penetração da energia renovável na região atinja os 38%".

Segundo o presidente do conselho de administração da elétrica regional EDA, Duarte Ponte, para além de novos furos no Pico Alto, está prevista uma nova campanha de perfuração em São Miguel, sendo o objetivo realizar seis furos com vista a saturar a Central Geotérmica da Ribeira Grande e ampliar a Central Geotérmica do Pico Vermelho, em 5MW.

Na ilha Terceira está também a ser estudada a possibilidade de construção de uma central hídrica reversível.

Os primeiros estudos geofísicos para a construção de uma central geotérmica na ilha Terceira foram realizados em 2000, tendo os primeiros poços sido abertos em 2007.

Em setembro de 2013, a EDA previa iniciar a construção da Central Geotérmica do Pico Alto em março de 2014.

Os últimos trabalhos de prospeção, que permitiram confirmar a viabilidade da construção da central, custaram 1,2 milhões de euros, mas estima-se que o investimento total realizado desde o início do milénio ascenda aos 30 milhões de euros.

 

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