Autor: Lusa/AO Online
“É uma reunião magna de um partido que está em crescimento e sobre o qual recai pela primeira vez a enorme responsabilidade de integrar o Governo Regional dos Açores, portanto, o que se espera neste congresso é que possa ser um congresso participado, onde possam ser discutidas ideias, onde se possa debater a vida interna do partido, reforçando ainda mais o CDS”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente da comissão organizadora do congresso, Alonso Miguel.
Os centristas chegaram a agendar uma reunião magna para dezembro de 2019, mas adiaram-na, alegando que não existiam, na altura, “recursos humanos, materiais e logísticos necessários para a sua concretização”, face aos resultados eleitorais nacionais.
“É preciso perceber que os congressos do CDS não são, como a maioria dos partidos, de dois em dois anos, são de quatro em quatro”, ressalvou Alonso Miguel, explicando que a pandemia de Covid-19 obrigou a adiar a remarcação do encontro.
Nas últimas eleições legislativas regionais, em outubro de 2020, o CDS-PP elegeu três deputados, menos um do que em 2016, e desceu em percentagem e número de votos, passando de 7,16% para 5,51%.
O PS, que governava os Açores há 24 anos, perdeu, no entanto, a maioria absoluta, abrindo caminho a uma coligação de direita.
O CDS-PP integrou, assim, pela primeira vez um Governo Regional nos Açores, numa coligação com o PSD e com o PPM, apoiada por acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal.
Para Alonso Miguel, vogal da Comissão Política Regional do partido e atual secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas do executivo açoriano, o congresso será também uma oportunidade para “definir estratégias para o desenvolvimento e para o futuro dos Açores e para a melhoria da qualidade de vida dos açorianos, especialmente agora que o CDS integra uma solução governativa nos Açores”.
Em 2019, a liderança de Artur Lima no CDS-PP foi contestada por várias militantes, incluindo pela então deputada centrista Graça Silveira, que passou a independente, e pelo presidente da Câmara Municipal das Velas (o único município gerido pelos centristas nos Açores), Luís Silveira, que chegou mesmo a anunciar uma candidatura à liderança do partido.
No entanto, a estas eleições internas, que decorrem durante o congresso, só apareceu a recandidatura de Artur Lima, líder regional do partido desde 2007.
Questionado sobre a união dos centristas açorianos nesta fase, Alonso Miguel disse que o congresso será também um momento de partilha de opiniões.
“Em democracia é assim, há sempre quem tenha uma visão diferente da liderança dos partidos. O congresso será uma oportunidade para cada congressista exprimir a sua opinião, dar a sua visão e no final serão eleitos novos órgãos dirigentes do partido. Naturalmente o partido sai reforçado. É um partido que está a crescer e é um partido que tem a responsabilidade acrescida de fazer parte de uma solução governativa”, frisou.
O X Congresso Regional do CDS-PP/Açores, que decorre no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, deverá contar com a participação de 120 pessoas, entre congressistas, oradores e convidados.
Para além do cumprimento de um plano de contingência devido à Covid-19, a organização decidiu realizar um teste rápido de despiste de infeção por SARS-CoV-2 “a todos os participantes antes do início dos trabalhos”.
“Foi organizado com o melhor cuidado para respeitar rigorosamente todas as diretrizes para que possa decorrer com o máximo de segurança e para cumprir todas as regras que foram estabelecidas”, salientou Alonso Miguel.
Está prevista a discussão de 12 moções setoriais e o encerramento contará com a presença do secretário-geral do partido, Francisco Tavares, e do presidente nacional do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos.