Açoriano Oriental
Carlos César defende "menos incompetência" e "mais PS" no Governo dos Açores

O presidente do PS defendeu hoje que “é precisa menos incompetência do Governo dos Açores”, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, e “mais PS no futuro” da Região, recusando “apagar” os “méritos” socialistas na história da autonomia açoriana.

Carlos César defende "menos incompetência" e "mais PS" no Governo dos Açores

Autor: Lusa /AO Online

“Não há tempo para saudades. Só há tempo para agir e travar um combate pelo futuro. É preciso menos incompetência do governo dos Açores. É preciso mais PS no futuro dos Açores”, afirmou Carlos César, também presidente honorário do PS/Açores, na sessão de abertura do XVIII Congresso Regional, que se realiza até domingo na cidade da Horta, ilha do Faial.

César referiu-se ao papel dos socialistas na região após terem perdido o poder no executivo regional com as eleições de 2020, frisando que o PS/Açores “não se limita a fazer oposição”, antes se apresentando como “um partido que diz o que faria, e o que fará, quando for Governo de novo”.

Nas eleições regionais de 2020, o PS ganhou as eleições, com 25 mandatos, mas perdeu a maioria absoluta que teve na Região durante 24 anos.

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.

A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) e o PSD um acordo com a IL.

“A história do PS, neste meio século não é apagável e nem sequer poderá ser estropiada como alguns pretendem. Não haverá censores nem cronistas oficiais, ou oficiosos, que nos apaguem dos méritos que os Açores alcançaram com a ajuda ou liderança do PS”, frisou o também ex-presidente do Governo Regional açoriano.

Para o presidente do PS, nada do que o partido fez nos Açores é “intocável”.

“Mas muito do que já fizemos nos Açores são avanços e ganhos de que nos podemos orgulhar”, destacou.

Para Carlos César, o congresso do PS regional “é e deve ser um espaço de consciencialização, de compreensão da realidade e de reelaboração, para que o PS seja um partido cada vez melhor, cada vez mais participado”.

Para que seja “um partido de açorianos ao serviço dos Açores, consagrando-se como um vasto espaço de pluralidade e construção contínua”, sustentou.

César notou que “a Autonomia não tem proprietários”.

“O único proprietário da Autonomia é o povo açoriano, que na sua livre expressão contribuiu para a eleição de todos os que estiveram na primeira linha desses combates”, destacou.

“Lembro, a todos os que fazem por esquecer, o papel do PS ao longo deste meio século tem sido sempre de defesa da nossa autonomia. Sempre que houve uma luta a travar pelos Açores, o PS foi parte ativa”, frisou.

César explicou participar no congresso “também como presidente do PS nacional”, notando que será “a última vez” que preside à mesa do congresso “por inerência do cargo de presidente honorário do PS/Açores”.

Em causa está uma alteração aos estatutos do partido, aprovada pelo congresso durante a manhã, para, entre outros aspetos, dar resposta a um pedido de Carlos César para, enquanto presidente honorário, deixar de presidir aos trabalhos da Comissão Regional e do Congresso.

Os novos estatutos preveem que o presidente honorário participe, “sem direito de voto, no congresso regional” e colabore com o presidente do partido, “empenhando a sua magistratura e prestígio na defesa da unidade e coesão do partido”.

“Considerando a carta enviada pelo presidente honorário […] de 12 de novembro de 2021, propõe-se ainda a redefinição das competências do órgão presidente honorário, designadamente reintroduzindo-se os cargos de presidente do Congresso e presidente da Comissão Regional, passando este último a substituir o presidente do PS/Açores, em caso de vacatura do cargo ou impedimento prolongado”, descreve-se no documento consultado pela Lusa.

No artigo 31.º dos estatutos, define-se como competência do Congresso Regional “eleger e destituir, por maioria de dois terços dos votos expressos, o presidente honorário do PS/Açores”.

A proposta indica também que o Congresso tem ainda a cargo a eleição, sob proposta do presidente do PS/Açores, da respetiva mesa, “composta por presidente, dois vice-presidentes e dois secretários, onde têm assento o presidente do PS/Açores, o presidente honorário do PS/Açores e o presidente da JS/Açores”.


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