Açores acolhem encontro internacional para debater tráfico de cocaína por via marítima

Os Açores acolhem pela primeira vez, a partir de hoje, um encontro "com caráter reservado" para discutir o tráfico internacional de cocaína por via marítima que reúne polícias e instâncias formais de controlo de mais de 20 países.


 

A região, “pelo posicionamento geoestratégico que tem, por ser uma fronteira externa europeia de grande importância, mereceu por parte das instâncias europeias que promovêssemos aqui este evento”, afirmou o coordenador da Polícia Judiciária (PJ) nos Açores, João Oliveira, em declarações aos jornalistas, acrescentando tratar-se de um encontro “com caráter reservado e discussão em circuito fechado”.

O Seminário Internacional sobre Tráfico de Droga por Via Marítima decorre até quarta-feira, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, com cerca de 50 participantes de mais de 20 países europeus e não europeus.

João Oliveira salientou que o problema do tráfico internacional de drogas não é um problema exclusivo da PJ, nem de Portugal, nem da Europa, pelo que é necessário aprofundar a cooperação internacional neste domínio.

“Este é um problema mundial e tem de ser tratado, debatido em termos internacionais, para se procurar encontrar algumas respostas, soluções” referiu o coordenador da PJ nos Açores, acrescentando que “só com uma grande articulação entre países, polícias e sistemas de justiça será possível, efetivamente, fazer um combate mais eficaz”.

João Oliveira reconheceu que “os meios nunca em lado nenhum são suficientes”, mas alegou que “não é por falta de meios que a PJ e outras instituições envolvidas neste fenómeno têm deixado de fazer o seu trabalho”.

O responsável lembrou que nos últimos meses a PJ nos Açores efetuou duas grandes apreensões de cocaína e que uma delas constituiu mesmo “um recorde absoluto”, com mais de uma tonelada.

“A nós, PJ, compete-nos estar atentos a esta problemática, a este fenómeno e tentar reagir em conformidade”, afirmou João Oliveira, acrescentando que “os cidadãos podem e devem colaborar, contactando a polícia para transmitir informações que tenham, por mínimas que sejam”.

O coordenador da PJ admitiu ainda que “está em cima da mesa” a possibilidade de futuramente implementar no arquipélago um organismo “para dar mais força a esta preocupação” de combater o tráfico de drogas por via marítima, sobretudo com utilização de embarcações de recreio, sem adiantar pormenores.

 

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