Açoriano Oriental
Um abalo sentido hoje na ilha de São Jorge

Um sismo de magnitude 2,2 na escala de Richter foi hoje sentido em São Jorge, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), que contabilizou 40.435 abalos naquela ilha desde março.

Um abalo sentido hoje na ilha de São Jorge

Autor: Lusa/AO online

Um sismo de magnitude 2,2 na escala de Richter foi hoje sentido em São Jorge, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), que contabilizou 40.435 abalos naquela ilha desde março.

“Até ao momento, foram registados aproximadamente 40.435 eventos de baixa magnitude e de origem tectónica. Entre as 00:00 e as 10:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 74 sismos (um dos quais sentido)”, descreve o CIVISA, num ponto de situação feito hoje sobre a crise sismovulcânica de São Jorge, que começou em 19 de março.

Também a Proteção Civil indicou, em comunicado, que o CIVISA registou, pelas 01:36 de hoje, um sismo sentido com intensidade máxima III da Escala de Mercalli Modificada, na freguesia de Manadas (concelho de Velas, ilha de S. Jorge).

A Escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respetiva descrição” e, quando há intensidade III, considerada Fraca, o abalo é “sentido dentro de casa” e “os objetos pendentes baloiçam”, sentindo-se uma “vibração semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados”, descreve-se no site do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA).

De acordo com o CIVISA, a atividade sismulvulcânica na ilha de São Jorge “continua acima do normal, estendendo-se, grosso modo, desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno – Silveira”.

O CIVISA indica que “os dados existentes desde o início de abril não evidenciam deformação significativa na zona epicentral”.

Por outro lado, “as campanhas de medição de gases e temperatura no solo que se vêm desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultaram, até à data, na identificação de anomalias resultantes da atividade sismovulcânica”.

“A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir que no início do fenómeno ocorreu uma intrusão magmática em profundidade”, descreve aquela entidade.

Em 08 de junho, o CIVISA baixou o nível de alerta na ilha de São Jorge de V4 (ameaça de erupção) para V3 (sistema ativo sem iminência de erupção).

“A diminuição da atividade sísmica, ainda que de forma lenta, e a observação de tal padrão ao longo das últimas semanas, assim como a ausência de outros sinais anómalos ao nível da deformação, dos gases e das águas, levaram a determinar a descida do nível de alerta científico”, justificou.

A ilha estava desde 23 de março, às 15:30 (mais uma hora em Lisboa), com o nível de alerta vulcânico V4 de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso", na sequência da crise sismovulcânica registada desde 19 de março.

Antes disso, tinha sido ativado o alerta V2, no dia 20 de março às 00:40, e o V3, no mesmo dia, pelas 02:40.

Não obstante, “a atividade sísmica continua muito acima dos valores de referência para a região, pelo que se mantém a possibilidade de se registarem eventos sentidos”.

Segundo o CIVISA, também “não se pode excluir a eventual ocorrência de sismos de magnitude mais elevada”.

O CIVISA “mantém os níveis de monitorização” na ilha, ao mesmo tempo que “está a providenciar o reforço da rede de observação sismovulcânica permanente, no sentido de poder detetar sinais precursores de uma nova situação pré-eruptiva”.

O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) desta crise ocorreu no dia 29 de março, às 21:56.


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