Ucrânia: Trump confia que acordo com Kiev e Moscovo está "muito perto"

O Presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou confiança de que um acordo para o fim do conflito na Ucrânia está “muito perto”, numa fase de intenso diálogo de Washington com Kiev e Moscovo.



"Não é fácil, mas penso que estamos muito perto de um acordo. Veremos”, afirmou o líder norte-americano na Casa Branca, à margem da cerimónia anual do indulto de perus do Dia de Ação de Graças.

Donald Trump reconheceu que pensava que um acordo “seria mais fácil”, mas insistiu que os seus esforços estão a registar progressos.

A porta-voz da Casa Branca já tinha assinalado hoje, na rede social X, que foram obtidos “progressos tremendos” na última semana nas tentativas de Washington para trazer as partes de volta às negociações.

“Alguns detalhes sensíveis, mas não insuperáveis, ainda precisam de ser resolvidos, o que exigirá novas discussões entre a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos", disse Karolina Leavitt, sem fornecer mais detalhes.

Hoje foram igualmente destacados pelas autoridades norte-americanas avanços nas conversações entre o secretário do Exército, Dan Driscoll, que se juntou recentemente aos negociadores dos Estados Unidos no tema da Ucrânia, e uma delegação russa.

"As conversações estão a correr bem e continuamos otimistas", disse o porta-voz do governante, Jeff Tolbert, dando conta das discussões que decorrem em Abu Dhabi desde a noite de segunda-feira.

Donald Trump tinha dado na semana passada um prazo até quinta-feira (dia 27 de novembro) ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para responder ao seu plano de paz de 28 pontos, o que levou à realização de contactos urgentes entre as principais lideranças europeias, de Kiev e Washington.

No rescaldo destas reuniões, realizadas no domingo, ucranianos e norte-americanos afirmaram que um futuro acordo de paz deveria respeitar a soberania da Ucrânia, após uma primeira versão da proposta tornada pública contemplar a maior parte das exigências russas, incluindo cedências territoriais a Moscovo, redução do exército ucraniano e impedimento da adesão de Kiev à NATO.

O plano de 28 pontos foi posteriormente reduzido e Trump pareceu satisfeito com o resultado das negociações com europeus e ucranianos, declarando na sua rede social Truth Social que "algo de bom pode acontecer".

Kiev espera agora "organizar a visita de Zelensky aos Estados Unidos o mais rapidamente possível, em novembro, para finalizar os restantes passos e chegar a um acordo com o Presidente Trump", segundo o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Rustem Umerov.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, comentou hoje por sua vez que Moscovo aguardava que os Estados Unidos apresentassem a nova versão da sua proposta.

"Tomámos conhecimento de um plano europeu que, à primeira vista, não é nada construtivo e é inaceitável para nós", declarou na segunda-feira Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do Presidente russo, Vladimir Putin.

Os países da chamada “Coligação dos Dispostos”, que reúne os principais aliados de Kiev, realizaram hoje uma reunião por videoconferência.

No final da reunião, o Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu a necessidade de garantir a existência de "um exército ucraniano forte" e "sem limitações", afirmando ainda que não há um desejo de cessar-fogo do lado russo.

O chefe de Estado francês disse que a paz pode ser alcançada "dissuadindo qualquer nova agressão", sublinhando que para tal é necessário “um exército ucraniano forte".

Uma fonte próxima do processo negocial disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que a nova versão do plano dos Estados Unidos é "significativamente melhor" para Kiev.


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