Açoriano Oriental
Trabalhadores da Azorina preocupados com anunciada extinção da empresa açoriana

Um grupo de trabalhadores da Azorina, uma das empresas públicas que o Governo dos Açores pretende extinguir, manifestou junto do presidente da Câmara Municipal da Horta, na ilha do Faial, a sua preocupação em relação ao futuro.

Trabalhadores da Azorina preocupados com anunciada extinção da empresa açoriana

Autor: Lusa/AO Online

"O nosso objetivo foi demonstrar as nossas preocupações, na sequência do anúncio de extinção da Azorina, que foi feito na semana passada. Como é uma empresa com sede na ilha do Faial, achámos por bem recorrer ao presidente da Câmara da Horta e pedir a sua ajuda", explicou aos jornalistas Sara Oliveira, uma das trabalhadoras da empresa, no final da reunião com o autarca socialista.

A funcionária lamentou que nenhum membro do novo Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, tenha falado com os trabalhadores desde que anunciou, no início do debate do Programa do Governo, na passada semana, que pretendia extinguir a Azorina.

"Esperamos agora para saber o que nos vai ser transmitido, por parte do senhor secretário e do senhor presidente do Governo, porque, até agora, não tivemos qualquer informação da parte deles", insistiu Sara Oliveira.

O secretário regional das Finanças do novo executivo, de coligação PSD, CDS e PPM, Bastos e Silva, revelou que o Governo pretende reduzir o peso do setor público empresarial regional e que vai extinguir a Azorina, a SDEA - Sociedade de Desenvolvimento Empresarial dos Açores, e a Sinaga, transferindo os trabalhadores para a Administração Regional.

"Não nos foi dito em que moldes nem quais os trabalhadores que serão transferidos", adiantou Sara Oliveira, recordando que a Azorina (empresa que gere os centros interpretativos dos Açores), tem um quadro de pessoal de 206 funcionários, 76 dos quais só na ilha do Faial, metade deles em programas ocupacionais.

O presidente da Câmara da Horta, José Leonardo Silva (PS), lamentou, em declarações aos jornalistas no final da reunião, que o Governo Regional tenha anunciado a extinção da empresa, sem antes comunicar essa informação aos próprios trabalhadores.

"Foi um anúncio feito num lugar importante, que é a Assembleia Regional, mas foram completamente esquecidos os trabalhadores. Não se pode fazer um anúncio a dizer que se vai despedir uma pessoa ou encerrar uma empresa, sem primeiro informar os trabalhadores", criticou o autarca socialista.

O presidente do município lamentou também que o executivo de direita tenha feito passar a ideia errada de que os trabalhadores da Azorina "ganham muito", quando na realidade "auferem um ordenado bruto médio de 880 euros".

"Deduzo que o Governo, para anunciar isto, deve ter um estudo, que deve ser tornado público, porque ninguém toma a decisão de encerrar uma empresa sem ter por base um estudo e é isso que nós vamos solicitar ao Governo", adiantou José Leonardo Silva.

O autarca não escondeu também a sua insatisfação por aquilo que diz ser uma tentativa de esvaziamento político do Faial, por parte do novo executivo de direita.

"Um presidente de câmara não pode ficar satisfeito quando lhe querem encerrar uma empresa no seu concelho, uma empresa que tem um impacto brutal, sem saber em que condições isso será feito", insurgiu-se o presidente da Câmara da Horta, adiantando que "o esvaziamento do Faial começa assim".


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados