“Os trabalhadores das creches, jardins-de-infância e ATL’s ao serviço das entidades empregadoras, do setor das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), nos Açores, independentemente da natureza do vínculo ou contrato, vão estar em greve entre as 00h00 e as 24h00 do dia 02 de dezembro de 2025”, anunciou, em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Escritório, Comércio e Serviços, Hotelaria e Turismo, Transportes e Outros Serviços (SITACEHTT).
Segundo a nota, a greve é ainda declarada para todo trabalho suplementar que tenha de ser prestado na terça-feira.
O sindicato adianta que a paralisação tem como objetivo repudiar as alterações à legislação laboral propostas pelo Governo da República, exigir o horário semanal de trabalho de 35 horas e pela “dignificação dos trabalhadores do setor das instituições particulares de solidariedade social nos Açores”.
Além disso, acrescenta o sindicato, a greve também surge “como resposta à ameaça de não pagamento do subsídio de Natal” aos trabalhadores do setor social, um direito considerado "fundamental para a estabilidade financeira das famílias, sobretudo na época festiva".
“A insegurança quanto à liquidação da gestão e do subsídio resulta de atrasos e insuficiências na transferência de verbas públicas para as instituições empregadoras. Os trabalhadores não são responsáveis por problemas de financiamento, não devem ser penalizados por falhas de gestão entre governos e instituições empregadoras”, alega.
Para o SITACEHTT/Açores “é fundamental que se proceda ao pagamento do subsídio de Natal devido a todos os trabalhadores das IPSS e misericórdias afetados e que sejam estabelecidas de garantias sólidas por parte das entidades competentes (Governo Regional, Segurança Social e direções das IPSS e Misericórdias) de que esta situação de incumprimento jamais se repetirá”.
Os trabalhadores das IPSS e misericórdias açorianas “exigem respeito, dignidade e o cumprimento dos seus direitos” e “continuarão em luta até que o dinheiro, que é seu por direito e mérito, esteja nas suas contas”, lê-se na nota.
A URIPSSA - União Regional de Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a URMA - União Regional de Misericórdias dos Açores indicaram recentemente que correm o “risco iminente” de falta de pagamento dos salários de novembro e do subsídio de Natal aos trabalhadores.
O assunto tem sido referido nas últimas semanas por sindicatos e partidos políticos da região.
