Autor: Arthur Melo
O dia 18 de outubro de 2022 vai ficar gravado na história
do Clube Desportivo Santa Clara (CDSC) e da Santa Clara Açores -
Futebol SAD por causa da assinatura da escritura de aquisição do imóvel
onde durante décadas funcionou (e vai continuar a funcionar) a sede dos
encarnados de Ponta Delgada.
A processo de aquisição do imóvel sito
na Rua Comandante Jaime de Sousa foi iniciado pelo ainda presidente do
clube e da SAD, Rui Cordeiro, que em 2021 sinalizou a intenção de
compra com o pagamento de 30 mil euros, mas a conclusão do negócio,
adianta uma nota de imprensa dos encarnados, “apenas foi possível graças
ao contributo do novo presidente da SAD, Bruno Vicintin, que suportou o
necessário investimento, como já era do domínio público”.
De acordo
com os valores revelados em setembro por Ricardo Pacheco, presidente do
CDSC, a SAD desembolsou 315 mil euros para adquirir as parcelas do
imóvel onde, até há bem pouco tempo, funcionava o bar, o enorme salão
onde estavam os troféus do clube e no qual se realizavam as assembleias
gerais do Santa Clara, mais o espaço que estava reservado para sala de
reuniões da direção.
O presidente da SAD encarnada, Bruno Vicintin,
sublinhou a importância de poder devolver ao clube um dos seus
principais ativos, mas também concretizar um velho sonho que nasceu em
1935, quando ali se instalou pela primeira vez a sede do clube.
“É um prazer poder ajudar na concretização deste sonho. É muito importante esta estreita relação com o clube e com o seu presidente, Ricardo Pacheco. Temos de caminhar juntos, pois só assim é possível ter sucesso. Este é mais um exemplo do bom entendimento que existe no sentido de tornar o Santa Clara cada vez mais forte e sustentável”, sublinha o presidente da SAD, citado em nota de imprensa dos encarnados de Ponta Delgada.
O espaço é agora propriedade da Santa Clara Açores - Futebol
SAD, ficando o CDSC, cuja sua sede é contígua, com o usufruto da sua
utilização.
No ato de escritura, realizado na tarde de terça-feira,
estiveram presentes Klauss Câmara, diretor geral da SAD, e o presidente
do CDSC, Ricardo Pacheco, que fez questão de vincar que “a compra só
foi possível com o sinal dos sócios, mas, acima de tudo, devido a uma
intensa negociação com a SAD e a um apoio ao Santa Clara que não
encontra paralelo em nenhuma administração anterior”.
“Sem o apoio
da SAD, jamais seria possível”, sublinhou o dirigente que havia
anunciado para este mês uma assembleia geral (AG) de sócios para os
informar “de todas as démarches que levaram a esta vitória”, disse
Ricardo Pacheco, ao Açoriano Oriental, no passado dia 7 de setembro.
Embora a AG nunca tenha sido marcada (estatutariamente não há essa obrigatoriedade, uma vez que a aquisição foi feita pela SAD e não pelo clube), o facto é que o sonho dos associados encarnados tornou-se finalmente realidade, passando agora a ter mais força a expressão proferida, em 2015, por Rui Cordeiro logo após ter sido eleito presidente do Santa Clara: “a nossa casinha, apesar de ser velhinha, será sempre a nossa casinha”.